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Depois de Nyusi, Lula: 20 de Dezembro foi dia de embaraço em Moçambique e Brasil

Os “representantes do povo” de Moçambique e Brasil decidiram esta quarta-feira, 20 de Dezembro, transformar as respectivas “Casas Magnas” em circos políticos, tudo na perspectiva de embaraçar os seus Chefes de Estado.

À frente no fuso horário, o Parlamento moçambicano foi o primeiro a exibir vergonha ao mundo, quando os deputados da Bancada Parlamentar da Renamo montaram uma trilha sonora composta por cânticos, vaias e murmúrios para acompanhar a leitura, pelo Presidente Filipe Nyusi, do Informe Anual sobre a Situação Geral da Nação.

A atitude da Renamo, que de resto não dignifica os “dignos” mandatários do povo, insere-se na campanha de repúdio aos resultados eleitorais das VI autárquicas, realizadas a 11 de Outubro, com repetição, em quatro municípios, a 10 de Dezembro.

Para equilibrar a balança e confortar um Filipe Nyusi visivelmente constrangido, a Bancada Parlamentar da Frelimo recorria à “chuva torrencial” de aplausos cada vez que o Presidente se referia à alguma conquista da sua governação em 2023. A vontade de salvar a honra do PR, que também preside o partido, era tanta que levou a que se ovacionasse o anúncio da redução do 13º salário em 70%, depois de não ter sido pago no ano passado. Inaudito!

 

“O ladrão chegou”

Na prova “quem envergonha mais o seu povo”, o Congresso brasileiro não quis ficar atrás. Em sessão solene dedicada à promulgação da emenda constitucional da reforma tributária, Lula da Silva foi recebido com gritos de “ladrão” pelos parlamentares da oposição, grosso modo bolsonaristas.

Houve também aplausos dos deputados que compõem a base do Governo, mas o vexame já lá estava, sendo que nem os apelos ao decoro, feitos pelo presidente do Congresso Nacional, Arthur Lira, foram capazes de dissipá-lo.

Não é a primeira vez que Lula passa por situação similar. Em Abril do presente ano, por exemplo, enfrentou os mesmos gritos no Parlamento português, na circunstância protagonizados pelo Chega, partido de extrema-direita em ascensão meteórica em Portugal.

O estadista brasileiro carrega o rótulo de “ladrão” desde que foi condenado, em 2017, por suposta prática de crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro, no âmbito da operação “Lava Jato”.

A verdade é que o metalúrgico viria a recuperar não só a liberdade, como também os seus direitos políticos, depois de Sérgio Moro, o juiz da “Lava Jato”, ter sido considerado “parcial” – em prejuízo de Lula – na condução do caso.

Com direitos políticos restituídos, o antigo sindicalista voltou a concorrer à presidência em 2022 e conseguiu destronar Jair Bolsonaro, ainda que por pouca margem, num cenário de polarização de que não há memória no país do Samba.

 

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