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NA CIDADE DA MAXIXE: Tapamento de buracos frustra agentes económicos

As obras de tapamento de buracos actualmente em curso na cidade da Maxixe, capital económica da província de Inhambane, estão a gerar desconforto entre automobilistas e agentes económicos locais, que denunciam a alegada má qualidade dos trabalhos e a falta de transparência por parte da edilidade.

Texto: Anastácio Chirrute, em Inhambane

Entre as avenidas Ngungunhane, Amílcar Cabral, Narciso Pedro e o acesso ao Mercado Novo, os trabalhos de manutenção têm sido descritos como ineficazes, uma vez que os mesmos buracos reabrem pouco tempo após serem tapados. Os utentes das vias consideram que a situação está a agravarse, comprometendo a transitabilidade e pondo em causa o bom funcionamento da actividade económica na cidade, que é considerada o centro económico da província.

“Quando ouvi as máquinas a trabalhar enchi-me de esperança. Pensei que seria o fim dos problemas de estrada. Já fazia planos para reforçar a frota comercial. Mas tudo desabou quando percebi que o serviço era de má qualidade”, lamenta Hélio Martins, comerciante na Maxixe. “Sempre que chove, os buracos voltam. É um gasto repetido e sem sentido.”

A ausência de informação pública sobre os custos das obras e os prazos de execução também levanta suspeitas entre os munícipes, que acusam o Conselho Municipal de má gestão dos fundos públicos. Não existe qualquer placa de obra nas zonas intervencionadas, o que contraria os princípios de transparência na execução de empreitadas públicas.

Para Venâncio Mateus, automobilista que opera na cidade, a situação tem custos pesados. “Já perdi a conta ao dinheiro que gastei em oficinas. Os buracos danificam pneus, peças e suspensões. A cada nova tentativa de reparação, voltamos ao ponto de partida. O sofrimento continua”, lamenta.

As más condições das vias de acesso não só afectam os residentes, como também afastam potenciais investidores. Segundo várias fontes, a degradação da rede viária é um entrave ao desenvolvimento económico da cidade, além de contribuir para o aumento do desemprego.

Decorridos quase dois anos desde a tomada de posse de Issufo Francisco como presidente do Conselho Municipal da Maxixe, os munícipes manifestam crescente desilusão face à suposta falta de progressos visíveis. Para muitos, a cobrança de impostos não se justifica quando os serviços públicos básicos estão em colapso.

Embora as intervenções estejam em curso, circular nas vias da cidade continua a ser um desafio, sobretudo para viaturas de baixa suspensão. Os condutores são frequentemente obrigados a invadir a faixa contrária para evitar danos nas viaturas, o que tem causado inúmeros acidentes, incluindo atropelamentos.

A cidade da Maxixe, outrora considerada uma das mais limpas e organizadas da província de Inhambane, perdeu esse estatuto, em grande parte devido ao estado avançado de degradação das estradas. Apesar de ser atravessada pela Estrada Nacional Número Um (EN1) e de acolher diariamente centenas de comerciantes e compradores vindos de diferentes pontos da província, a cidade vê-se hoje mergulhada no descontentamento.

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