Decorrem a um ritmo acelerado as obras de requalificação da estrada que liga Homoíne à cidade da Maxixe, numa extensão superior a 20 quilómetros — um cenário que tem agradado aos utentes e automobilistas, que se mostram visivelmente satisfeitos. Segundo relatam, as dores corporais causadas pelos buracos deixaram de ser uma constante, pois a via estará, finalmente, em condições de garantir uma circulação livre, rápida e segura para todo o tipo de veículos.
Texto: Anastácio Chirrute, em Inhambane
Esta infra-estrutura, que há poucos anos foi reabilitada pela empresa IC Torcon, num projecto orçado em cerca de 11 milhões de dólares norte-americanos — valor financiado pelo Governo da República Federal da Alemanha, através do banco Kreditanstalt für Wiederaufbau (KfW) — está, uma vez mais, a beneficiar de intervenções profundas, face ao seu elevado estado de degradação.
A estrada encontrava-se praticamente intransitável, com buracos de diversos tamanhos ao longo de todo o percurso. Os condutores de viaturas com suspensão baixa eram os mais afectados, obrigados a circular com redobrada precaução, desviando-se constantemente dos buracos para evitar danos mecânicos nos seus veículos.
Apesar de, à primeira vista, a estrada aparentar boas condições entre o Centro de Saúde da Maxixe e a zona de Bembe, o cenário alteravase pouco depois da ponte, onde o piso se tornava num autêntico pesadelo — situação que apenas melhorava já no interior da vila de Homoíne, concretamente na zona de Tchovane.
O arranque das obras de requalificação foi recebido com entusiasmo por parte dos utentes. A nossa equipa de reportagem saiu à rua para ouvir o sentimento de quem, há vários anos, clamava por uma manutenção de fundo. Muitos consideram inadmissível que um distrito com valor histórico — e que recentemente foi elevado à categoria de Município — tivesse a sua principal via de acesso em estado tão precário, facto que, segundo afirmam, retraía vários investimentos.
Rachtelay Sheiny, agente económico na vila de Homoíne e proprietário de um estabelecimento comercial de produtos alimentares, é um dos muitos utentes que há anos sonhavam com a reabilitação da estrada. “Acredito que, com este problema resolvido, muitos investidores irão querer visitar o nosso distrito para desenvolver os seus projectos e contribuir para o crescimento económico local. Nas condições em que a via se encontrava, era praticamente impossível atrair novos investimentos — ninguém está disposto a sacrificar os seus camiões e mercadorias, arriscando avarias dispendiosas. Era urgente que as autoridades interviessem, e estamos muito satisfeitos com esta boa nova.”
Hélio Namburete, automobilista que diariamente faz o trajecto Maxixe– Homoíne e vice-versa, afirma já ter perdido a conta das vezes em que o seu carro ficou retido na oficina, em consequência dos danos provocados pela estrada degradada. “Para além do prejuízo financeiro, havia a pressão no trabalho: precisava de justificar constantemente os atrasos e evitar sanções. Com a estrada a ser reabilitada, o cenário vai mudar. Esta via é problemática desde o início. Os buracos sempre existiram. O Governo tinha conhecimento e, se tivesse agido mais cedo, terse-ia evitado chegar a este ponto. Nós, automobilistas e passageiros, pagámos as consequências. Não era fácil fazer quatro viagens por dia nestas condições; circulávamos a 10, no máximo 40 km/h. Basta imaginar o tempo perdido e os prejuízos nas viaturas.”
Outro automobilista, Alfredo Nhabetse, que também faz o mesmo percurso diariamente, partilha do alívio geral. “É bom ver que o problema está a ser resolvido e que as máquinas continuam a trabalhar sem parar. Queremos voltar a fazer o troço Maxixe–Homoíne em menos de 20 minutos. Homoíne é muito perto. Eu, por exemplo, costumava fazer até seis viagens por dia e, mesmo com o aumento do preço do combustível, conseguia gerar receita. Agora, com a estrada em mau estado, só consigo fazer três viagens.”