O Governo moçambicano recebeu, até Abril deste ano, apenas 16% do financiamento total previsto para o projecto de Mobilidade Urbana para a Área Metropolitana de Maputo (Move-Maputo), o equivalente a cerca de 2,5 mil milhões de meticais (40 milhões de dólares).
A informação foi divulgada esta segunda-feira, 2 de Junho, pelo ministro dos Transportes e Comunicações, João Jorge Matlombe, durante a abertura da reunião do Comité Estratégico do projecto, realizada na capital do país.
O ministro manifestou preocupação com os atrasos no desembolso dos fundos, alertando que essa situação está a comprometer o avanço das obras de infra-estrutura essenciais para o funcionamento do futuro sistema de transporte. “Até Abril de 2025, foram desembolsados apenas 40 milhões de dólares, montante bastante aquém do previsto nesta fase de implementação”, afirmou Matlombe, acrescentando que já foram assinados contratos no valor de 3,5 mil milhões de meticais (cerca de 55 milhões de dólares), sendo que os restantes deverão ser formalizados até meados de 2026.
Segundo o governante, a morosidade nos processos de aprovação por parte do financiador tem impedido o lançamento atempado de concursos públicos para a construção civil, provocando atrasos no cronograma geral do projecto, cuja conclusão está prevista para Dezembro de 2027.
O montante até agora disponibilizado representa uma pequena fracção dos 15,9 mil milhões de meticais (250 milhões de dólares) comprometidos pelo Banco Mundial, através de um donativo destinado à implementação de um sistema moderno de transporte de massas, baseado no modelo BRT (Bus Rapid Transit), que abrangerá os municípios de Maputo, Matola e Boane.
Inspirado no conceito de metro à superfície, o sistema BRT integra faixas exclusivas para autocarros, estações modernas, bilhética electrónica e prioridade nos cruzamentos com semáforos, o que deverá garantir maior rapidez, regularidade e eficiência no serviço prestado.
O Governo pretende concretizar o BRT com uma abordagem faseada e integrada, articulando o transporte rápido com intervenções urbanas que incluem a construção de passeios, ciclovias, sistemas de drenagem e iluminação pública nas zonas abrangidas.
Apesar dos constrangimentos actuais, o Executivo reafirma o seu compromisso com a implementação do projecto e assegura estar a trabalhar com os parceiros internacionais para acelerar o fluxo financeiro, de modo a garantir o cumprimento dos prazos contratuais.
