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Maxixe: Seguranças encerram portões da UNISAVE em protesto contra atrasos salariais

Um grupo de seguranças pertencentes a uma empresa privada com sede na província de Inhambane paralisou, na manhã da última segunda-feira, 02 de Junho, as suas actividades e encerrou os portões da Universidade Save (UNISAVE), Extensão da Maxixe, exigindo o pagamento de dois meses de salários em atraso e outros benefícios laborais.

O protesto, que durou aproximadamente cinco horas, causou agitação entre estudantes e docentes da instituição localizada em Mutamba, que viram as suas actividades académicas comprometidas.

De acordo com os manifestantes, a situação económica que enfrentam é cada vez mais precária. Muitos acumulam dívidas com agiotas, contando com um salário que nunca chega. Alguns revelaram que, por vezes, saem de casa a pé devido à falta de 15 meticais para o transporte.

“Estamos há dois meses sem receber e, quando procuramos saber as razões, os nossos superiores não nos dão qualquer satisfação. Suportamos tudo aqui, até humilhações dos próprios estudantes e funcionários. O que mais nos feriu foi um funcionário que, no sábado, nos ofendeu, dizendo que éramos escravos a trabalhar de borla. Por isso, decidimos fazer esta greve”, desabafou um dos seguranças, sob anonimato.

Outro manifestante explicou que a decisão de encerrar os portões foi estratégica, visando mostrar à instituição a sua capacidade de paralisar as actividades.

“Fechámos os portões às cinco da manhã e só os reabrimos por volta das 10 horas, após a intervenção do comandante da polícia, com quem mantivemos um diálogo sério que levou ao consenso”, relatou.

Efectivamente, a normalidade ficou restabelecida após diálogo com a Polícia, contudo, a dívida entre os trabalhadores e a empresa de segurança continua por resolver.

“A direcção da empresa diz que está a passar por dificuldades e que não há director para assinar cheques. Não sabemos até quando continuaremos presos nesta situação. Eu, pessoalmente, prefiro ficar em casa à espera do salário e depois abandonar o emprego. Não faz sentido trabalhar de borla sendo pai de família”, afirmou outro segurança.

Os mais prejudicados foram os estudantes, que permaneceram do lado de fora da instituição, enfrentando o frio e perdendo aulas importantes, incluindo avaliações.

“Chegámos às 6h30 e encontramos os portões trancados. Os seguranças recusavam-se a falar connosco. Só mais tarde disseram que, enquanto não recebessem os dois meses de salário em atraso, ninguém entraria. Pedimos que procurassem outra forma de reivindicar, mas não aceitaram. Perdemos aulas e avaliações. É muito preocupante”, lamentou um estudante.

O delegado da UNISAVE na Maxixe, Alberto Mate, reconheceu a legitimidade das reivindicações dos seguranças, mas afirmou que a responsabilidade recai exclusivamente sobre a empresa de segurança contratada.

“Fomos surpreendidos de manhã com os portões trancados. Trata-se de um problema entre os seguranças e a empresa que os emprega. Nós temos contrato com a empresa, não com os seus trabalhadores. Contactámos de imediato os supervisores, que se deslocaram ao local e resolveram a situação com os seus funcionários, permitindo o retomar das aulas”, explicou.

Após uma reunião entre as partes envolvidas, a direcção da universidade exigiu à empresa de segurança o ressarcimento pelos prejuízos causados aos estudantes e ao corpo docente.

“Contratamos segurança para nos proteger, não para nos sentirmos ameaçados. Distanciamo-nos desses actos e esperamos que não se repitam. Continuamos com os serviços da empresa após uma reunião em que foram esclarecidos os pontos críticos. Acreditamos que a empresa irá resolver internamente os seus problemas com os trabalhadores”, concluiu Alberto Mate.

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