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Presidente do Banco Mundial reconhece potencial energético de Moçambique

– Chapo corre de Bissau para Songo para receber promessas do BM

O Presidente da República, Daniel Chapo, viajou directamente da Guiné Bissau para o aeródromo da vila de Songo, distrito de Cahora Bassa, na província de Tete, para se encontrar com o Presidente do Banco Mundial, Ajay Banga, e receber promessas de apoio para o sector energético moçambicano. A deslocação relâmpago do Chefe de Estado coincidiu com a visita de Banga à Hidroeléctrica de Cahora Bassa (HCB), onde ambos sobrevoaram, no mesmo helicóptero, a Albufeira de Cahora Bassa.

Texto: Maximiano da Luz

De acordo com Ajay Banga, a prontidão de Chapo em abandonar compromissos internacionais para o receber demonstra não só respeito institucional, mas também o forte compromisso do Presidente moçambicano com a transformação do sector energético. “A forma como ele deixou Bissau e veio para aqui mostra que tem uma visão clara e um foco muito concreto em encontrar soluções energéticas para o seu País”, afirmou o dirigente do Banco Mundial.

Segundo Banga, o primeiro contacto com Chapo ocorreu em Sevilha, durante a 4.ª Conferência Internacional sobre Financiamento para o Desenvolvimento, organizada pelas Nações Unidas entre 30 de Junho e 3 de Julho. Foi aí que o Presidente moçambicano o convidou formalmente a visitar Moçambique.

Durante a visita à HCB, Banga manifestou se impressionado com os recursos energéticos moçambicanos e com a visão do Presidente Chapo. “Desde o dia em que o conheci, em Sevilha, ele mostrou-se interessado em que eu visse com os meus próprios olhos o que está a ser feito aqui em matéria de energia. E posso dizer que Moçambique tem tudo o que é necessário para liderar na produção e transmissão de energia nesta parte do continente.”

Energia como pilar estratégico para o futuro

Ajay Banga sublinhou que Moçambique dispõe de uma matriz energética diversificada — hidroeléctrica, gás, solar e eólica — capaz de sustentar um plano robusto de crescimento económico nos próximos dez anos. “Francamente, nesta parte de África, ninguém tem a capacidade que Moçambique possui, considerando os seus activos energéticos. Esta é uma oportunidade real de transformar a base construída há 50 anos num novo sector de investimentos.”

O Banco Mundial está a discutir com o Governo um pacote de investimentos que poderá incluir a geração de 1.500 megawatts adicionais a jusante da actual barragem de Cahora Bassa, bem como 400 megawatts de capacidade solar. Banga reconhece que o financiamento público, por si só, não será suficiente e apela à mobilização de parcerias público privadas feitas “do modo certo”.

Chapo quer Moçambique como centro regional de distribuição

O Presidente Chapo afirmou que o objectivo estratégico é tornar Moçambique num hub regional de distribuição de energia eléctrica, ao nível da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC). Para tal, destacou projectos em curso, como o da futura barragem de Mphanda Nkuwa, localizada a cerca de 60 quilómetros a jusante da HCB, cujo investimento poderá ascender aos 4,5 mil milhões de dólares.

 “Sobrevoámos a região onde está prevista a construção de Mphanda Nkuwa, e queremos deixar claro que pretendemos produzir energia não só a partir de hidroeléctricas, mas também com base no gás natural, energia solar e eólica”, disse o Chefe de Estado.

Chapo mencionou, igualmente, a intenção do Governo de firmar parcerias estratégicas com o Banco Mundial e outros parceiros internacionais para o desenvolvimento da matriz energética nacional. “Queremos uma combinação de fontes: centrais hidroeléctricas, solares, a gás e eólicas. Esse é o objectivo desta visita”, reforçou.

Faltam dados sobre os compromissos assumidos

Apesar do entusiasmo manifestado por ambas as partes, o Governo moçambicano não revelou quaisquer dados concretos sobre o valor dos investimentos prometidos, os termos financeiros envolvidos ou os prazos para a implementação dos projectos. Também não foi anunciada uma calendarização oficial para a execução da barragem de Mphanda Nkuwa nem para os investimentos em energias renováveis.

Não obstante a ausência de pormenores, a visita de Ajay Banga e o envolvimento do Banco Mundial são vistos como sinais positivos para o reposicionamento de Moçambique no mapa energético regional.

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