O embaixador extraordinário da República do Congo em Madagáscar e Moçambique, Constant-Serge Bounda, destacou o fortalecimento das relações políticas e comerciais entre os dois países, reafirmando o compromisso do Governo congolês em intensificar a cooperação bilateral.
As declarações foram feitas durante a recepção oficial do Dia da Independência da República do Congo, assinalado na sexta-feira, 15 de Agosto de 2025, em Antananarivo, Madagáscar.
No seu discurso, o diplomata agradeceu a presença dos representantes dos Chefes de Estado e de Governo que participaram na 45.ª Cimeira da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC). “A vossa presença nesta data demonstra as excelentes relações de cooperação e amizade entre a República do Congo e a República de Madagáscar em particular”, afirmou.
Segundo o Presidente Denis Sassou N’Guesso, citado pelo embaixador, “não pode haver desenvolvimento sem paz”. Para o Chefe de Estado congolês, os actuais acontecimentos no continente africano e no mundo “comprovam amplamente que as questões de paz e segurança continuam a ser o principal obstáculo às aspirações legítimas dos países em desenvolvimento económico e social, bem como à emergência do nosso continente, em conformidade com os princípios das Nações Unidas”.
Bounda sublinhou que a política externa do Congo, conduzida sob a liderança de Denis Sassou N’Guesso e do ministro dos Negócios Estrangeiros, Jean-Claude Gakosso, assenta no respeito pela soberania nacional, na não interferência, na busca da paz e da segurança internacionais, na integração regional, na diplomacia económica, no multilateralismo e no compromisso com o direito internacional.

Neste quadro, o diplomata realçou a determinação de Brazzaville em estreitar ainda mais as relações com Madagáscar, apoiadas pelo novo dinamismo promovido pelos presidentes Andry Rajoelina e Denis Sassou N’Guesso. “Esta nova dinâmica é ilustrada pela intensificação dos contactos diplomáticos ao mais alto nível, por missões ministeriais regulares, pelo envolvimento directo dos sectores empresariais, pela presença de estudantes congoleses em Madagáscar e pelo contributo de técnicos malgaxes de excelência no Congo”, disse.
Bounda destacou ainda a assinatura, em Março de 2025, de um Memorando de Entendimento sobre Consultas Políticas entre os dois ministros dos Negócios Estrangeiros, que institui um mecanismo regular de diálogo bilateral e prevê a cooperação em áreas como biodiversidade e desenvolvimento do sector petrolífero.
O embaixador frisou igualmente o valor estratégico de outras parcerias, como a formação de cadetes congoleses na Academia Militar de Antsirabe e a presença do BGFI, maior instituição bancária da África Central, em território malgaxe.
No final da sua intervenção, Bounda apelou ao apoio da comunidade internacional para a candidatura de Firmin Edouard Matoko ao cargo de director-geral da UNESCO, sublinhando tratar-se de uma prioridade da diplomacia congolesa e de uma iniciativa pan-africana alinhada com a Aspiração 7 da União Africana: “uma África forte, unida e influente no cenário mundial”.
Já a ministra dos Negócios Estrangeiros de Madagáscar, Rafaravavitafika Rasata, destacou a relevância histórica da data e a ligação entre os dois povos. “Este dia não é apenas uma memória histórica. Representa o orgulho, a resiliência e a unidade de um povo que escreveu a sua própria história e traçou o seu próprio caminho. Mas também simboliza uma aliança entre dois povos irmãos: Madagáscar e Congo”, afirmou.
Rasata acrescentou que as relações bilaterais entre os dois países “são reforçadas graças ao impulso dado pelos nossos dois Chefes de Estado, aos esforços da nossa diplomacia e ao comprometimento pessoal de ambos”.