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Elísio Macamo defende que racionalidade sem razoabilidade “não é grande coisa”

A Plataforma Manifesto Cidadão organizou esta terça-feira, 02 de Setembro, na sede da Universidade Pedagógica de Maputo, mais uma sessão de “Oficina de Ideias”, com o intuito de discutir a “Responsabilidade da Juventude em Tempos de Crise”. Desta vez, o protagonismo coube ao sociólogo Elísio Macamo e à activista Francisca Noronha.

A intervenção do professor catedrático enfatizou que a responsabilidade da juventude – mas não só – situa-se algures entre a racionalidade e a razoabilidade, o que, na sua perspectiva, passa pela capacidade de respeitar o outro. Observador atento das metamorfoses em curso na sociedade moçambicana, Macamo serviu-se do mais recente episódio de barbárie em Bobole, distrito de Marracuene, para esclarecer o seu raciocínio.

De acordo com o sociólogo, o agente policial que disparou contra uma viatura, matando uma criança, e a comunidade que se vingou linchando o agente em causa agiram no campo da racionalidade – o primeiro porque quis, alegadamente, impor o respeito pela Lei, e a segunda porque desejou fazer justiça. No entanto, segundo o académico, faltou aos dois lados o compromisso com a razoabilidade, que teria permitido calcular os danos que as suas acções causariam aos demais cidadãos.

É por estas e por outras que, na óptica do sociólogo, a “ética de convicção” deve ser contrabalançada com a “ética de responsabilidade”, pois esta permite identificar os “limites mútuos”, que compõem, juntamente com o escrutínio ao Governo e o dever de construir (e nunca destruir), a tríade das responsabilidades dos jovens.

Com estilo e forma diferentes, a necessidade de equilíbrio foi sublinhada por Francisca Noronha, defensora vigorosa de que a actual geração não tem desculpas. Não tem desculpas para deixar de exigir os seus direitos, mas também não as tem para não trabalhar e organizar-se para herdar a liderança do País.

“Somos imediatistas, achamos que de um dia para o outro podemos mudar o País”, anota a activista, alertando, no entanto, para o facto de “ainda não estarmos bem preparados” para herdar a liderança. Por isso mesmo, Francisca Noronha apela à “organização”, recordando que a responsabilidade deve ser acompanhada pela acção, e sem desculpas.

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