Cada dólar investido na resiliência de uma infra-estrutura pode poupar até quatro dólares em impactos económicos. A afirmação é do Presidente da República, Daniel Francisco Chapo, e foi feita esta segunda-feira, 13 de Outubro, numa mensagem em vídeo por ocasião do Dia Internacional para a Redução do Risco de Desastres. Na sua comunicação, o Chefe de Estado destacou os benefícios substanciais de investir na prevenção e adaptação, defendendo que o País precisa de mobilizar mais recursos nacionais, regionais e internacionais para mitigar os efeitos dos desastres naturais que ciclicamente afectam Moçambique.
Texto: Maidone Capamba
Na qualidade de “Campeão da União Africana para a Gestão e Redução do Risco de Desastres”, Daniel Chapo apelou aos parceiros para reforçarem o apoio às iniciativas que visam fortalecer a resiliência do continente africano. “Estes desastres têm consequências enormes, traduzidas em perdas de vidas humanas, destruição de infra-estruturas e danos profundos no tecido económico e social, revertendo os ganhos de desenvolvimento alcançados pelos países africanos”, afirmou.
Chapo sublinhou que é mais vantajoso investir na prevenção e adaptação do que na “medicação” após a ocorrência dos desastres. Defendeu, por isso, o reforço dos sistemas de aviso prévio, a construção de infra-estruturas resilientes e a diversificação das fontes de rendimento das comunidades locais.
“Em Moçambique temos vindo a implementar esta estratégia, sobretudo no contexto da reconstrução pós-ciclone Idai, através da construção de habitações, escolas, centros de saúde e outras infra-estruturas resilientes”, referiu o Presidente, acrescentando que o país continua a investir em sistemas de previsão e prevenção, com destaque para o Centro Nacional Operativo de Emergência.
As cerimónias centrais do Dia Internacional para a Redução do Risco de Desastres decorreram em Tomanine, distrito de Guijá, província de Gaza, e foram dirigidas pela presidente do Instituto Nacional de Gestão e Redução do Risco de Desastres (INGD), Luísa Celma Meque.

Na ocasião, Meque alertou que as previsões climáticas para a época chuvosa 2025-2026 indicam a possibilidade de chuvas intensas entre Outubro e Março, o que poderá provocar cheias em alguns rios e inundações em várias cidades e vilas do País. “Durante este período poderemos também registar ventos fortes e ciclones, com maior incidência nas zonas costeiras”, avisou.
Face a este cenário, apelou à preparação e ao redobrar da vigilância. “A gestão e redução do risco de desastres requerem boas políticas de construção, um planeamento adequado do uso da terra, sistemas de aviso prévio eficazes, planos de gestão ambiental e de evacuação, e, acima de tudo, educação e cooperação a todos os níveis”, defendeu.
Luísa Celma Meque explicou ainda que o Governo está a elaborar o Plano Anual de Contingência para a época chuvosa e ciclónica 2025-2026, instrumento que orienta a resposta e gestão multissectorial de emergências. O documento está a ser preparado com o envolvimento de parceiros de cooperação, incluindo as Nações Unidas.
A coordenadora residente das Nações Unidas em Moçambique, Catherine Sozi, assegurou o compromisso da organização em continuar a apoiar o País na implementação de medidas de redução do risco de desastres e no fortalecimento da capacidade de resposta às calamidades naturais.