Quatro agentes da Unidade de Intervenção Rápida (UIR) da Polícia da República de Moçambique foram mortos nesta terça-feira, 21 de Outubro, na sequência de um ataque perpetrado por supostos terroristas no distrito de Muidumbe, norte da província de Cabo Delgado.
De acordo com informações avançadas pela agência Lusa, citada pelo portal Mundo ao Minuto, os agentes foram emboscados entre as localidades de Chitunda e Xitaxi, por volta das 09h00, quando escoltavam veículos civis ao longo da Estrada Nacional 380, que liga Awasse, Mocímboa da Praia e Macomia. A viatura da UIR foi incendiada, mas nenhum dos civis escoltados sofreu ferimentos.
“Foi um dia muito difícil para as forças em Cabo Delgado. Quatro colegas foram mortos e a viatura foi queimada. Felizmente, os civis não foram atacados”, declarou uma fonte policial, acrescentando que reforços militares foram enviados para o local a fim de prestar assistência e garantir a segurança da zona.
As escoltas naquela via haviam sido retomadas em Julho deste ano, na sequência de pedidos das comunidades e do sector empresarial, perante o agravamento dos ataques em diversas zonas da província.
Cabo Delgado enfrenta uma insurgência armada desde Outubro de 2017, que já provocou milhares de mortes e deslocados, afectando profundamente a estabilidade da região norte do país.
Segundo dados recentes das Nações Unidas, apenas no mês de Agosto de 2025 os ataques extremistas resultaram em 44 mortos e afectaram mais de 208 mil pessoas. Estima-se que cerca de 111 mil deslocados internos tenham sido registados, a maioria proveniente desta província. A insegurança tem igualmente comprometido a acção humanitária, levando à suspensão de várias missões devido ao risco de ataques e sequestros.
O Presidente da República, Daniel Chapo, condenou o ataque, classificando-o como “um acto bárbaro e contrário à dignidade humana”.
De acordo com o Projecto de Localização de Conflitos Armados e Dados de Eventos (ACLED), mais de 6.200 pessoas já perderam a vida nos oito anos de insurgência em Cabo Delgado, um número que traduz a persistente instabilidade e vulnerabilidade na região norte de Moçambique


