10 Meses depois da tomada de posse dos seus pares, os dois deputados do PODEMOS que haviam permanecido fora do radar político vão, finalmente, ser empossados. Trata-se de Faizal Anselmo Gabriel e António Pedrito Masques Furuma, eleitos pelos círculos eleitorais de Maputo e Tete, respectivamente, que tomarão posse amanhã, terça-feira, 28 de Outubro de 2025, às 12h00, numa cerimónia a ser dirigida pela presidente da Assembleia da República, Margarida Adamugi Talapa, segundo um comunicado daquele órgão de soberania.
Os dois parlamentares não tomaram posse em Janeiro porque estavam, simplesmente, desaparecidos, facto que o PODEMOS justificou com “perseguições”, no contexto da repressão das manifestações que eclodiram um pouco por todo o País, na sequência da divulgação dos resultados eleitorais contestados por várias forças políticas e pela sociedade civil.
Quando os deputados reapareceram, a 31 de Março de 2025, o porta-voz do partido, Duclésio Chico, explicou que “estes deputados foram contactados pelo partido PODEMOS durante os 60 dias e antes da tomada de posse, fazendo o protocolo que é devido. Porém, o contacto dos deputados estava fora de área; sendo assim, continuámos à procura dos mesmos até que, hoje, apareceram. Frisar que o partido PODEMOS está muito feliz pela presença física dos deputados Faizal e António”.
Este episódio insólito — o primeiro do género desde a introdução do multipartidarismo em Moçambique — revelou fragilidades na estrutura organizativa do partido. Vários órgãos de informação noticiaram, à época, que o PODEMOS teria incluído, de forma aleatória, nomes de cidadãos encontrados nas ruas e mercados para completar a lista de candidatos a deputados, uma vez que não tinha expectativas de conquistar assentos parlamentares.
O cenário alterou-se após a coligação com Venâncio Mondlane, cuja popularidade impulsionou os resultados eleitorais do partido. O PODEMOS acabou por surpreender ao tornar-se na segunda maior bancada da Assembleia da República, com 44 assentos, atrás apenas da FRELIMO e à frente da RENAMO, alterando o equilíbrio político no Parlamento moçambicano.




