– “Queremos dirigentes capazes de resolver problemas da população”
O secretário-geral da FRELIMO, Chakil Aboobacar, advertiu este fim-de-semana aos dirigentes eleitos no último ciclo eleitoral (2023-2024) para que cumpram as promessas feitas durante a campanha eleitoral, sob pena de medidas disciplinares. A advertência foi lançada durante uma visita de trabalho à província de Inhambane.
Texto: Anastácio Chirrute, Inhambane
“Quando nós fomos à campanha eleitoral, fizemos várias promessas, e não dissemos que essas coisas seriam feitas em 20 anos. Nós dissemos que essas promessas eram para ser cumpridas dentro do nosso mandato e o nosso mandato tem cinco anos”, afirmou Aboobacar perante os militantes. O número dois do partido no poder foi contundente: “Quando dissemos ‘vamos trabalhar’ é para cumprirmos essas promessas, é termos capacidades para resolvermos os problemas da nossa população. É isso que estamos a exigir dos nossos dirigentes: mudança de comportamento no tratamento do nosso povo”.
Aboobacar deixou claro que o partido não vai tolerar dirigentes que não cumpram com as suas obrigações. “Aqueles dirigentes que não querem perceber ou fazem esforço para não perceber, nós estamos atentos e vigilantes. Como partido que fez as promessas durante a campanha eleitoral, nós vamos acompanhar atentamente e com rigor a atitude dos nossos quadros. Não vamos permitir indisciplinados, arrogantes, dirigentes que não tratam bem o nosso povo”.
“Vamos trabalhar”: mais do que um slogan, um compromisso
Explicando o conceito por detrás do slogan “vamos trabalhar”, adoptado por Daniel Chapo, Aboobacar esclareceu que a expressão não significa que o partido ou o Governo não estejam a trabalhar.
“O nosso Presidente tenta recordar-nos que as necessidades do nosso povo são permanentes. Por isso, precisamos que cada um de nós incremente a sua acção de trabalho, criando mais condições para que o nosso povo possa ter mais acesso aos serviços sociais básicos”, afirmou.
“Governar só faz sentido quando nós resolvemos os problemas da nossa população. Não faz sentido governar e as pessoas continuarem a ter os mesmos problemas. É esta mudança que o Presidente Chapo quer replicar: nós estamos a trabalhar para resolver os problemas do nosso povo”, acrescentou.
Fazer diferente para resultados diferentes
O secretário-geral abordou também o segundo slogan do Presidente da República, que tem a ver com “fazer diferente para termos resultados diferentes”.
“Não é possível fazermos a mesma coisa da mesma forma e esperar resultados diferentes. Temos que mudar a forma de fazer as coisas e para tal é necessário que mudemos de atitude”, defendeu.
Aboobacar criticou a postura de alguns dirigentes que preferem o conforto do gabinete ao trabalho de campo: “O dirigente não é para ficar no gabinete – é por isso que tem técnicos que o apoiam. Ele deve estar no terreno com o nosso povo, a interagir permanentemente com a nossa população, e não ficar no conforto do seu gabinete a sentir o ar frio do ar condicionado enquanto o seu povo está lá a sofrer”.
Diálogo político nacional como via para a paz
Paralelamente, o número dois do partido no poder apelou à população para que participe de forma “activa, honesta e sincera” no diálogo político nacional inclusivo, que está em curso no país.
“Foi assim que o camarada Presidente dirigiu e continua a dirigir o processo do diálogo nacional inclusivo. Este diálogo é sincero, honesto, e visa acima de tudo que os Moçambicanos no País e na diáspora possam dizer o que lhes vai à alma”, declarou Aboobacar.
“Este diálogo é muito mais do que se fala, é uma necessidade que todos nós sentimos, de querermos falar ou pensamos sobre Moçambique e querermos desenvolver juntos. Portanto, este diálogo está acima dos partidos políticos, não é um diálogo entre os camaradas ou entre militantes, é um diálogo entre os Moçambicanos”, afirmou, enfatizando que o mesmo tem como objectivo não apenas a convivência sã e harmoniosa entre os moçambicanos, mas também a promoção do desenvolvimento.
Para materializar esta visão de desenvolvimento, Aboobacar referiu que tornar os distritos em polos de desenvolvimento é uma prioridade da administração de Daniel Chapo.
“Temos consciência de que existem muitos desafios, principalmente na nossa juventude, temos consciência na questão do acesso ao emprego, educação, saúde de qualidade, energia e água. Por isso, e sob direcção do presidente Chapo, estamos a tomar decisão de descentralizar recursos para os distritos”, explicou.
A visita de trabalho de Chakil Aboobacar a Inhambane, que começou no último sábado e termina esta terça-feira, incluiu reuniões com as organizações sociais do partido, nomeadamente OJM, OMM e ACCLIN, e uma visita às obras de construção do novo edifício em Machavenga, nos arredores da cidade de Inhambane, que vai acolher as sessões do partido FRELIMO e tem capacidade para mais de mil pessoas.




