Produzida maioritariamente na província de Inhambane, a tapioca, conhecida localmente como rhale, tem registado uma procura crescente, tanto a nível nacional como internacional, devido ao seu elevado valor nutritivo. Recentemente, uma empresa sul-africana deslocou-se à província com o objectivo de adquirir entre 20 a 30 toneladas deste produto por mês, sinal da importância económica crescente da mandioca para as comunidades locais.
Texto: Anastácio Chirrute em Inhambane
Os distritos de Zavala, Inharrime, Jangamo, Maxixe, Homoine e Massinga destacam-se na produção de tapioca, um alimento rico em hidratos de carbono e fonte de rendimento para muitas famílias. A empresa sulafricana reuniu-se com representantes de seis associações e cooperativas locais dedicadas ao processamento da mandioca em farinha, formalizando a parceria através da assinatura de memorandos de entendimento durante um encontro realizado na cidade da Maxixe, com duração de um dia.
Produtores optimistas com a nova parceria
Os produtores locais mostraram se satisfeitos com a iniciativa, que promete dinamizar o sector, aumentar a produção e gerar mais emprego. Manuel Zimba, de Inharrime, que já fornecia tapioca aos mercados de Inhambane e Maputo, explicou que a nova parceria permitirá expandir a produção e melhorar a sustentabilidade da cooperativa: “Estamos a conseguir vender e, com o dinheiro, conseguimos pagar os nossos trabalhadores, comprar materiais para o nosso sustento e fazer a manutenção das máquinas.
Agora, estou a tentar entrar no mercado da África do Sul; antes só vendia dentro do País”, afirmou Zimba. Albertina Nhassengo, de Homoine, também celebrou a oportunidade. Dona de uma machamba de três hectares, onde emprega sete trabalhadores, prepara diferentes tipos de tapioca, destinados a acompanhamentos como caril, chá de batata-doce ou produtos de amendoim e coco. “Antes vendíamos em pequenas quantidades, mas com o novo parceiro esperamos crescer e consolidar as nossas vendas”, disse.
Governo acompanha e traça estratégias de fornecimento
A Direcção Provincial de Agricultura e Pesca de Inhambane tem acompanhado de perto a parceria, reunindo-se com as unidades de processamento para garantir que a produção atenda aos padrões de quantidade e qualidade exigidos pelo mercado sul-africano.
“Nós recebemos uma empresa sul-africana que pretende adquirir 20 a 30 toneladas de tapioca por mês. Aprovámos seis associações que cumprem os critérios de produção e processamento. A nossa capacidade produtiva é suficiente, mas o desafio é garantir que a qualidade seja mantida”, afirmou Julião João, director provincial da Agricultura.
Actualmente, uma lata de 20 litros de tapioca é comercializada entre 250 e 350 meticais, dependendo da qualidade e do local de compra. Das 16 associações que produzem e processam a mandioca em farinha na província, apenas seis foram seleccionadas para esta parceria internacional, consolidando um mercado promissor e sustentável para os produtores locais.




