O Ministério das Comunicações e Transformação Digital, em parceria com a Comissão Organizadora da Conferência Mozambique Banking, Financial Services and Insurance (BFSI Mozambique), anunciou a realização da Reunião Estratégica de Alto Nível do sector BFSI, prevista para o próximo mês, em Maputo. Durante a apresentação oficial do evento, o Ministro das Comunicações e Transformação Digital, Américo Muchanga, destacou que a iniciativa pretende aproximar os serviços do cidadão, eliminando a necessidade de deslocações longas para aceder a serviços públicos ou privados.
Texto: Milton Zunguze
O encontro deverá reunir líderes das principais instituições financeiras, seguradoras, empresas de tecnologia e órgãos reguladores do País, com o objectivo de discutir o avanço da transformação digital no sector financeiro, bancário e de seguros.
Segundo o ministro, a visão do Governo passa pela implementação de serviços digitais e de infra-estruturas que permitam ao cidadão interagir com o Estado e com instituições financeiras de forma remota, segura e eficiente.
“A transformação digital não se limita ao Ministério ou ao Governo. É um desafio transversal que envolve todas as entidades, incluindo o sector privado, que terá um papel central na execução das soluções técnicas necessárias para suportar transacções digitais em larga escala”, afirmou Muchanga.
O governante apresentou cinco pilares fundamentais para a transformação digital no sector BFSI. O primeiro é o sistema de certificação digital, que possibilita assinaturas electrónicas legalmente válidas e que já se encontra em funcionamento no País. O segundo pilar é a interoperabilidade dos sistemas, que permitirá interligar serviços do Estado e do sector privado, garantindo que bancos e seguradoras acedam a informações de forma ágil e segura para melhor servir os cidadãos.
Segue-se a identidade digital, capaz de assegurar a autenticação segura dos utilizadores, garantindo que apenas o titular legítimo aceda aos serviços. O quarto pilar corresponde à criação de uma plataforma única de pagamentos, que permitirá aos cidadãos efectuar transacções electrónicas sem depender de dinheiro físico. Por fim, o portal do cidadão agregará num único ponto de acesso todos os serviços públicos e privados, evitando deslocações entre diferentes instituições para obtenção de documentos, pagamento de taxas ou acesso a diversos serviços.
Para Américo Muchanga, a expansão dos serviços digitais exigirá soluções inovadoras que permitam, por exemplo, pagamentos electrónicos para pessoas sem conta bancária tradicional, produtos financeiros adequados para transacções remotas e sistemas robustos capazes de suportar grandes volumes de operações.
O ministro acrescentou que o processo será reforçado por medidas complementares, como o registo biométrico de utilizadores e a utilização de plataformas cloud nacionais, assegurando elevados padrões de segurança e fiabilidade no tratamento de dados sensíveis.
A conferência constituirá igualmente uma oportunidade para debater desafios legislativos e infra-estruturais que ainda condicionam a transformação digital, nomeadamente a necessidade de revisão de normas em vigor e a criação de condições que permitam ao sector privado participar activamente no desenvolvimento de soluções tecnológicas.




