A Secretária de Estado das Artes e Cultura, Matilde Muocha, defendeu ontem, 1 de Dezembro, em Maputo, que a indústria da moda deve ser encarada como um pilar estratégico para a independência económica de Moçambique, sublinhando o seu potencial de geração de renda e emprego, sobretudo para jovens e mulheres.
Na sua intervenção como oradora principal (keynote speaker) na abertura da primeira edição do Mozambique Fashion Forum, no Centro Cultural Moçambique-China, a governante começou por partilhar “sonhos”, afirmando que “se não conseguirmos sonhar, não vamos conseguir avançar”.
Citando o Presidente da República, que aponta a diversificação da economia como um “imperativo nacional” para além do gás, Muocha foi clara: “E eu acrescento, e friso, incluindo a indústria da moda”. Salientou que o foco em setores alternativos permite fazer face a desafios macroeconómicos como a pressão na balança de pagamentos e a necessidade urgente de criação de emprego.
“A moda tem um elemento de criação de identidades. Este é o aspecto simbólico e tradicional. Mas a moda é, igualmente, um importantíssimo ativo para a economia das nações”, afirmou, referindo um estudo da UNESCO que atribui à indústria da moda na África Subsariana um peso de 31 mil milhões de dólares.
Contudo, apontou várias fragilidades que impedem o setor de descolar em Moçambique: a ausência de estatísticas oficiais que o “invisibilizam” na economia nacional, o pouco investimento estruturado, a dificuldade de escalabilidade das micro e pequenas empresas, o acesso limitado a matérias-primas locais e uma formação técnica-profissional insuficiente.
“Grande parte dos profissionais aprenderam o ofício com a sua mãe, com a sua avó, com uma máquina de costura que tiveram interesse e curiosidade de saber como era feita a magia”, ilustrou.
O Mozambique Fashion Forum decorre durante esta semana na capital moçambicana.




