Os mercados da província de Gaza registam, às portas da quadra festiva e em comparação com o período homólogo, uma forte queda no preço da caixa de tomate, enquanto o óleo alimentar segue tendência oposta, com subida de preço. Segundo a Inspecção Nacional das Actividades Económicas (INAE), a pressão sobre o óleo deve-se às perturbações causadas pelas manifestações pós-eleitorais do ano passado.
Texto: Maidone Capamba
De Outubro a Novembro de 2025, a INAE em Gaza monitorou a evolução dos preços, comparando-os com o mesmo período de 2024. Os dados indicam que a caixa de tomate foi o produto com maior descida, tendo passado de 900 a 1.100 meticais para 250 a 450 meticais, uma redução de até 650 meticais.
A cebola de dez quilogramas também registou uma queda expressiva, passando de 430–480 meticais para 180–280 meticais, uma variação negativa entre 200 e 250 meticais. Já a batata reno, no mesmo peso, desceu de 430–580 meticais para 240–300 meticais, uma diminuição entre 190 e 280 meticais, segundo o delegado da INAE em Gaza, Nelson Chamo.
No segmento das proteínas, o carapau tamanho 20 recuou de 2.200 para 1.900 meticais, menos 300 meticais. O arroz de 25 quilogramas apresentou uma queda mais moderada, de 1.500–2.100 meticais para 1.050– 1.600 meticais – uma redução entre 450 e 500 meticais.
Óleo segue caminho contrário
Apesar das descidas generalizadas, o óleo alimentar segue tendência inversa. O garrafão de cinco litros custa actualmente entre 640 e 780 meticais, contra 580 a 700 meticais no mesmo período do ano passado – uma subida de cerca de 60 meticais. O quilograma de farinha de trigo baixou ligeiramente, de 75 para 65–70 meticais, enquanto a dúzia de ovos passou de 110–130 para 100–120 meticais. O açúcar castanho caiu de 90 para 75–85 meticais.
A farinha de milho também registou recuos: de 60–65 meticais por quilo em 2024 para 50–60 meticais em Novembro deste ano.
Detectadas inúmeras irregularidades
A operação da quadra festiva incluiu igualmente a fiscalização de estâncias turísticas e unidades comerciais. Segundo a INAE, foram encontrados produtos fora de prazo avaliados em 7.880 meticais, de imediato destruídos no local. A instituição detectou ainda irregularidades em cerca de 15 estabelecimentos, nomeadamente talhos e peixarias sem licença industrial, máquinas de corte e processamento em mau estado, ausência de declarações de inspecção pecuária e falta de licenças de trânsito de carnes e produtos de origem animal, muitos deles provenientes de fora da província ou importados.
Para reforçar a cobertura, a INAE activou 14 equipas distritais multissectoriais – envolvendo técnicos dos Serviços Distritais das Actividades Económicas, Saúde e municípios – e mobilizou três brigadas inspectivas adicionais para responder ao aumento da actividade típica da quadra festiva.



