A Mozal vai manter apenas cerca de 30 trabalhadores, além do pessoal de segurança, depois de as suas instalações entrarem em regime de “preservação e manutenção”, a partir de 15 de Março de 2026, quando expira o contrato de fornecimento de energia com a sul-africana Eskom.
Em conferência de imprensa, na Matola, o presidente do Conselho de Administração, Samuel Samo Gudo, explicou que a empresa não conseguiu chegar a acordo com a Eskom devido às tarifas exigidas, que prevêem aumentos anuais entre 20% e 30%. “Numa fundição de alumínio, pagar acima de 50 dólares por megawatt-hora é inviável”, afirmou, acrescentando que Moçambique não tem, neste momento, capacidade de fornecer energia à Mozal, devido à seca que afecta a Hidroeléctrica de Cahora Bassa.
Dos 1.050 trabalhadores actuais, a maioria será indemnizada. As notificações já começaram e estão previstas consultas em Janeiro. Ainda assim, Samo Gudo garantiu que os projectos sociais da empresa serão mantidos até ao fim.
O encerramento terá impacto em cadeia na economia nacional, com efeitos no Porto da Matola, nos Caminhos de Ferro de Moçambique e na MOTRACO, além da perda de cerca de 100 milhões de dólares anuais em gastos com fornecedores locais.
Sobre o futuro, o PCA advertiu que uma eventual retoma seria difícil e demoraria pelo menos um ano, sobretudo devido à perda de mão-de-obra qualificada. Apesar disso, sublinhou que o equipamento se encontra em bom estado e que a Mozal poderia operar por mais décadas, caso existam condições energéticas viáveis.
O PCA reconheceu os esforços do Governo, mas frisou que a solução depende da África do Sul. “A energia é sul-africana e os sul-africanos são soberanos”, disse.



