A South32, accionista maioritária da Mozal, confirmou esta terça-feira, 16 de Dezembro, que a a infraestrutura de fundição de alumínio situada no Parque Industrial de Beleluane será colocada em regime de “preservação e manutenção” a partir de 15 de Março de 2026, devido à impossibilidade de garantir um novo acordo de fornecimento de energia eléctrica “a preços competitivos” após o termo do contrato actual.
A confirmação surge num comunicado oficial da empresa australiana, que justifica a decisão com o impasse nas negociações com o Governo moçambicano, a Hidroeléctrica de Cahora Bassa (HCB) e a sul-africana Eskom, agravado pela seca persistente que afecta a produção hidroeléctrica. A Mozal, que emprega milhares de trabalhadores directos e indirectos, deixará assim de produzir alumínio, ficando apenas com equipamentos essenciais sob monitorização até que condições favoráveis permitam uma eventual reactivação.
Esta decisão vem confirmar a informação avançada pela edição 641 de Dossiers & Factos, que chegou às bancas na segunda-feira, dia 15, e na qual se dava conta da iminência da saída da Mozal. Na mesma edição, recorde-se, escrevemos que a Mozal registou um prejuízo histórico de 527 milhões de dólares no ano económico 2024-2025, o pior resultado de sempre da fundição.
No seu comunicado, o CEO da South32, Graham Kerr, refere que o processo de interrupção da fundição e a indemnização dos trabalhadores deverá custar USD 60 milhões.
Conferência de imprensa hoje na Matola
Internamente, a direcção da Mozal já marcou uma conferência de imprensa para as 12 horas desta terça-feira, na cidade da Matola, com o objectivo oficial de “fazer o balanço do ano e perspectivar o futuro”.
Espera-se que sejam dados mais detalhes sobre o processo de transição, o impacto social e laboral, e o futuro do activo, que é detido maioritariamente pela South32 (63,7%), pela Industrial Development Corporation da África do Sul (32,4%) e pelo Estado moçambicano (3,9%).



