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Governo defende estratégias locais para conciliar agricultura e conservação da biodiversidade

O secretário de Estado da Terra e Ambiente, Gustavo Dgedge, defendeu, na quarta-feira (16), em Maputo, a necessidade de Moçambique adoptar estratégias de desenvolvimento agrário que integrem a conservação da biodiversidade, de forma sensível às realidades locais.

De acordo com o Diário Económico, citado pela Agência de Informação de Moçambique, o governante falava durante a conferência final do projecto FARSYMABI, subordinada ao tema “Uma abordagem de sistemas de produção para a integração da biodiversidade no sector da agricultura – interligando os níveis nacional e local”, ocasião em que reiterou o compromisso do Governo com a gestão sustentável dos recursos naturais.

“O Ministério da Agricultura, Ambiente e Pescas continuará a assegurar que a conservação da biodiversidade contribua para o desenvolvimento das comunidades e para o seu bem-estar”, afirmou Dgedge, acrescentando que “é necessário reforçar a gestão participativa dos territórios, promover a cooperação regional e mobilizar recursos financeiros e técnicos para apoiar as comunidades locais”.

O secretário de Estado reconheceu que a expansão da superfície agrícola continua a ser uma das principais ameaças à biodiversidade no País, agravada pela dificuldade de identificação de fontes alternativas de rendimento. “A pobreza e a insegurança alimentar colocam desafios adicionais, pois muitas soluções colidem com práticas e valores culturais das comunidades”, frisou.

Para responder a esses desafios, o projecto FARSYMABI conduziu estudos em duas áreas com contextos distintos – o Monte Namúli e a Área de Conservação Comunitária de Chipanje Chetu – concluindo que Moçambique carece de uma estratégia diferenciada de integração da biodiversidade no desenvolvimento agrário e rural, adaptada aos contextos locais.

“A conservação da biodiversidade é importante, mas, por si só, não resolve o problema da pobreza. As receitas da conservação devem ser vistas como complemento e não como substituto do investimento público necessário para garantir serviços essenciais às populações”, sustentou Gustavo Dgedge.

O projecto FARSYMABI propõe a adopção de estratégias locais baseadas em regiões sociologicamente homogéneas, com características comuns, como tipo de vegetação, densidade populacional, grau de ocupação agrícola ou níveis de desnutrição.

“Nós conseguimos desenhar duas estratégias locais, mas o ideal seria o País avançar com planos regionais para todas as zonas com características semelhantes. Isto tornaria as intervenções mais eficazes e sustentáveis”, defendeu Máriam Abbas.

O projecto é coordenado pelo Observatório do Meio Rural (OMR), em parceria com o Instituto Superior de Agronomia da Universidade de Lisboa, a Universidade Eduardo Mondlane e a Universidade Lúrio, com financiamento da Agência Francesa de Desenvolvimento.

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