Cinco dias após a aprovação oficial do partido político ANAMOLA, liderado por Venâncio Mondlane, realizou-se, esta terça-feira, 19 de Agosto, a primeira reunião da sua Comissão Executiva para debater o plano de actividades e de acção para os próximos anos. O presidente desta formação política manifestou o interesse do seu partido em participar no diálogo político inclusivo e revelou a ambição de liderar, em Moçambique, a elaboração de propostas de políticas públicas e de iniciativas legislativas.
Mondlane sublinhou que, apesar de o partido não ter assentos no Parlamento, isso não constitui impedimento, pois existem vários projectos legislativos em carteira e a formação pretende fiscalizar as acções governativas do País. Paralelamente, o partido planeia lançar projectos de intervenção social, com destaque para o apoio concreto a vítimas de violações de direitos humanos, além de apostar na mobilização política e no reposicionamento da imagem de Moçambique além-fronteiras, como um País com grandes potencialidades.
Explicou ainda que muitas das questões levantadas durante as eleições gerais de 2024 continuam actuais, sublinhando que o que foi apresentado então não constituiu um manifesto eleitoral, mas sim um programa de desenvolvimento do País com horizonte de 10 a 15 anos. Segundo Mondlane, todo o projecto da ANAMOLA tem como centro a necessidade de mudar profundamente as regras do jogo político, condição que considera essencial para que Moçambique possa aspirar a um futuro diferente.
O programa político da ANAMOLA, disse Mondlane, fundamenta-se em valores como fraternidade, justiça social, inclusão, paz, integridade, progresso, tecnologia e inovação. O partido prefere não se deter na questão da linha ideológica, defendendo que a sua acção parte desses valores para construir pilares técnicos relacionados com a economia, a educação, o turismo e a agricultura.
Entre as principais prioridades estratégicas estão a reforma normativa e institucional — que passa por uma nova Constituição, um novo sistema eleitoral e uma reforma fiscal —, o investimento em infra-estruturas físicas e tecnológicas, bem como o desenvolvimento social e do capital humano.
No seu plano global, a ANAMOLA identifica seis áreas fundamentais para o desenvolvimento de Moçambique: a reforma do Estado, o desenvolvimento sustentável da economia, o fortalecimento do capital humano e social, a promoção da paz e da concórdia, a modernização da defesa e da segurança pública com combate ao crime organizado e o reposicionamento das relações internacionais do País.
Para Mondlane, trata-se de romper com o paradigma do fundamentalismo ideológico, que coloca barreiras entre partidos que não partilham as mesmas convicções políticas. A ANAMOLA propõe-se quebrar esse padrão e sonhar com a construção de novas ideologias, desenhadas a partir da realidade nacional.
O presidente da ANAMOLA reconheceu que os desafios que se avizinham poderão ser ainda mais duros do que os enfrentados até aqui, mas garantiu que o partido já definiu as suas linhas de força.