Israel e o Hamas chegaram finalmente a um entendimento para dar início à primeira fase do denominado “plano de paz de 21 pontos”, apresentado pelo actual Presidente dos Estados Unidos da América, Donald Trump.
De acordo com a Euronews, o anúncio foi feito na madrugada desta quinta-feira, dia 9, pelo próprio Trump, através da sua rede social Truth Social, após três dias de negociações indirectas realizadas no Egipto.
A primeira etapa do plano prevê a cessação imediata das hostilidades e a libertação de todos os reféns ainda em cativeiro em Gaza, em troca da libertação de centenas de prisioneiros palestinianos detidos em Israel. A medida, descrita por Trump como “histórica”, inclui ainda a retirada parcial das forças israelitas da Faixa de Gaza e a suspensão dos ataques aéreos, de modo a permitir a entrada massiva de ajuda humanitária no enclave.
Segundo os termos divulgados, o Hamas compromete-se a libertar 20 reféns vivos nos próximos dias e a entregar os corpos de mais 28. O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, saudou o acordo como “uma vitória nacional e moral”, sublinhando que “não descansaremos até que todos os nossos reféns regressem a casa”. Já o Hamas advertiu que a libertação dos restantes reféns dependerá de garantias de cessar-fogo duradouro e da retirada integral das tropas israelitas.
O conflito, iniciado em Outubro de 2023 com o ataque surpresa do Hamas, que matou 1.139 israelitas e resultou na captura de 251 reféns, provocou até agora mais de 67 mil mortos palestinianos, segundo dados do Ministério da Saúde de Gaza, que não discrimina entre civis e combatentes. A ONU, por sua vez, estima que mais de dois terços das vítimas confirmadas sejam mulheres e crianças.
Embora o anúncio represente o maior avanço diplomático dos últimos meses, a durabilidade do acordo dependerá da sua implementação efectiva e da capacidade das partes em ultrapassar décadas de hostilidade e desconfiança.
Como advertiu um diplomata europeu citado em Bruxelas, “esta pode ser a primeira pedra de um edifício de paz, ou apenas mais um alicerce frágil num terreno minado pela desconfiança”.