O presidente do partido Renamo lamentou na tarde desta quinta-feira, 12 de Outubro, que as eleições autárquicas havidas esta quarta-feira (ontem) estejam a levar ao “caos e a convulsões socias”, alegadamente por conta de irregularidades. Perante “actos criminosos” que põem em causa “a democracia, a soberania e os direitos fundamentais dos moçambicanos”, Ossufo Momade lamenta o silêncio do Presidente da República, Filipe Nyusi.
Outro alvo do número um da “perdiz” é o comandante geral da Polícia da República de Moçambique (PRM), Bernardino Rafael, que, segundo a Renamo, decretou um “recolher obrigatório” que tinha como propósito “promover a fraude eleitoral”.
“Responsabilizamos Bernardino Rafael e ao partido no poder por todas as consequências que surgirem da fúria dos moçambicanos em protesto contra o linchamento e assassinato da democracia”, declarou Momade, que entretanto assegurou que o partido que dirige não quer guerra.
Entre as anomalias apontadas por Ossufo Momade, que falava em conferência de imprensa em Maputo, estão enchimento de urnas, falsificação de editais e até “assalto” às instalações do Secretariado Técnico de Administração Eleitoral (STAE), concretamente na Maganja da Costa, província da Zambézia.
“Na véspera das eleições, de forma ilegal e arrogante, o comandante da PRM arrombou o armazém do STAE e ordenou a retirada de todo o material de votação, incluindo urnas, e os agentes da polícia fizeram enchimento”, denunciou.
Na mesma ocasião, o presidente da “perdiz” reafirmou a convicção de que seu partido triunfou nas cidades de Maputo e Matola, onde a Frelimo também reclama vitória.