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Moçambique regista deflação de 0,05% em Julho

No mês de Julho de 2024, Moçambique registou uma deflação mensal de 0,05%, conforme divulgado pelo Índice de Preços no Consumidor (IPC), que abrange dados de oito cidades do país. Embora esta deflação represente uma ligeira queda nos preços, ela contrasta com a inflação acumulada desde o início do ano, que já alcançou 1,15%. Em comparação com o mesmo período do ano passado, a inflação homóloga atingiu 2,97%.

A redução de preços em Julho foi impulsionada principalmente pela queda nas categorias de alimentos e bebidas não alcoólicas, que contribuíram com uma diminuição de 0,11 pontos percentuais no índice geral. De acordo com o relatório do Instituto Nacional de Estatística (INE), entre os produtos que mais influenciaram esta descida destacam-se o tomate (-7,6%), a cebola (-7,1%), a couve (-8,3%), a alface (-9,5%), o feijão manteiga (-1,2%) e o carapau (-0,7%). Além disso, alguns itens não alimentares, como torneiras, tubos e válvulas, registaram uma queda de 7,0%.

No entanto, nem todos os produtos acompanharam esta tendência de redução. O milho em grão (+15,6%), o peixe fresco (+2,5%), o alho (+10,8%) e outros itens como sandes de fiambre, queijo e ovo, arroz em grão, e galinha morta em pedaços registaram aumentos de preços, contribuindo com 0,14 pontos percentuais positivos para o índice geral. Esta situação evidencia a volatilidade dos preços dos alimentos, que tem um impacto directo na segurança alimentar do país.

Apesar da deflação em Julho, a inflação acumulada no período de Janeiro a Julho de 2024 foi de 1,15%. Os principais responsáveis por este aumento foram as divisões de alimentação e bebidas não alcoólicas, assim como restaurantes, hotéis, cafés e similares. Produtos como peixe seco, refeições completas em restaurantes, feijão manteiga, arroz em grão, consumo de água canalizada, açúcar castanho e cebola foram identificados como tendo registado aumentos significativos, pressionando os orçamentos das famílias.

A inflação homóloga, que compara os preços de Julho de 2024 com os de Julho de 2023, subiu 2,97%, com destaque para os sectores da educação (10,52%) e alimentação e bebidas não alcoólicas (5,64%), indicando uma pressão inflacionária persistente em sectores cruciais para as famílias moçambicanas.

A análise regional dos dados revela que a deflação em Julho não foi uniforme em todo o país. Enquanto cidades como Tete (-0,23%) e Nampula (-0,21%) registaram as maiores quedas de preços, localidades como Chimoio (+0,18%) e a província de Inhambane (+0,12%) registaram aumentos. No acumulado do ano, todas as regiões observaram aumentos nos preços, com Quelimane a liderar com um aumento de 2,79%, evidenciando as desigualdades regionais no impacto da inflação.

Embora a deflação de Julho possa oferecer um breve alívio, os dados da inflação acumulada e homóloga indicam que Moçambique continua a enfrentar desafios significativos no controlo do custo de vida. A volatilidade dos preços, especialmente dos alimentos, e as disparidades regionais no impacto da inflação sublinham a necessidade de medidas adicionais para estabilizar a economia e proteger as famílias moçambicanas da crescente pressão inflacionária.

 

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