A empresa Blue Forest, sediada nos Emirados Árabes Unidos e fundada por um ex-executivo da BP Plc, obteve a licença para implementar o maior projecto de restauração de mangais em África, localizado em Moçambique. O investimento total é estimado em 3,7 mil milhões de meticais (60 milhões de dólares).
De acordo com o Diário Económico, o projecto, denominado MozBlue, será iniciado em Novembro e envolve o plantio de 200 milhões de árvores de mangue numa área com o dobro do tamanho de Singapura. A iniciativa será financiada através da pré-venda de créditos de carbono gerados pela capacidade das árvores de absorver grandes quantidades de carbono. Já foram investidos 63,2 milhões de meticais na preparação.
Vahid Fotuhi, fundador da Blue Forest, explicou que a pré-venda de créditos permite aceder ao financiamento antecipado para o plantio, com o objectivo de liquidar os empréstimos quando as árvores atingirem maturidade e co meçarem a gerar créditos de carbono.
Os mangais têm um papel crucial na captura de carbono, armazenando até dez vezes mais do que as árvores terrestres, o que os torna essenciais no combate às alterações climáticas. No entanto, o mercado de créditos de carbono tem enfrentado escrutínio devido a projectos que exageram as suas estimativas de emissões evitadas.
O projecto MozBlue abrange 1500 quilómetros de costa nas províncias da Zambézia e Sofala, e estima-se que criará cerca de 5 mil empregos. Além disso, 60% das receitas geradas pelo projecto serão destinadas às comunidades locais, contratantes e Governo. A primeira fase abrangerá 5116 hectares de floresta de mangais degradada, e ao longo de 60 anos, espera-se que o projecto remova 20,4 milhões de toneladas de carbono da atmosfera.
Este é o primeiro projecto comercial da Blue Forest, que já pré-vendeu parte e dos créditos de carbono a um investidor europeu