A ExxonMobil anunciou que pretende finalizar o desenho técnico (Front End Engineering Design – FEED) do seu ambicioso projecto de exploração de gás natural na bacia do Rovuma, em Cabo Delgado, dentro de um ano. A informação foi divulgada pelo vice-presidente da empresa, Walter Kansteiner, durante uma reunião com o Presidente de Moçambique, Filipe Nyusi, em Nova Iorque.
Este marco representa um avanço significativo para o mega projecto de gás natural liquefeito (GNL), que inicialmente previa a produção de 15,2 milhões de toneladas anuais, e agora ajustou esse número para 18 milhões de toneladas por ano. O desenvolvimento do projecto tinha sido interrompido devido aos ataques terroristas na região, mas a melhoria gradual da segurança permitiu retomar algumas operações.
Durante o encontro, o Presidente Nyusi sublinhou a importância de acelerar os projectos de gás, apelando tanto à ExxonMobil quanto à TotalEnergies, a operadora da Área 1 do projecto, para que impulsionem as suas iniciativas. Nyusi ressaltou que as expectativas da população e do Governo são elevadas, especialmente face ao potencial de desenvolvimento económico que o gás pode trazer para Moçambique.
Apesar do progresso, a Decisão Final de Investimento (DFI) ainda não é esperada antes de 2026, conforme Kansteiner revelou. Este cronograma já havia sido discutido em Agosto de 2024, durante um encontro entre Nyusi e Liam Mallon, presidente da ExxonMobil Upstream, que se mostrou satisfeito com o desenvolvimento, mas indicou que persistem desafios relacionados à segurança e ao alinhamento financeiro.
Mallon destacou o compromisso da ExxonMobil em tornar este projecto uma das iniciativas de gás mais limpas em termos de emissões de carbono, o que seria um contributo positivo tanto para a economia local como para a produção energética global.
O projecto da ExxonMobil faz parte de uma colaboração maior, que inclui a TotalEnergies e outras grandes empresas de energia, com foco nas vastas reservas de gás natural liquefeito da bacia do Rovuma, uma das maiores do mundo. Este empreendimento é visto como crucial para o futuro energético de Moçambique e pode ser um ponto de viragem para o desenvolvimento económico da região, caso os desafios de segurança e financiamento sejam superados