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ESTÁTUA DE MONDLANE: Ministra “Kika” fortemente criticada no CM

– Enquanto Nyeleti Mondlane pauta pelo silêncio

O Conselho de Ministros (CM) realizado na terça-feira, 01 de Outubro, teve como um dos pontos de agenda o problema da estátua do arquitecto da unidade nacional, Eduardo Mondlane. Foi o Presidente da República, Filipe Nyusi, que, visivelmente nervoso, lançou o tema, afirmando que “estou a ouvir muito barulho por causa da estátua, afinal o que se passa”? O debate que se seguiu, numa sessão em que a ministra da Cultura e Turismo não foi poupada, acabou por resultar na decisão de que a escultura tinha de ser corrigida.

Texto: Dossiers & Factos

Fontes do Dossiers & Factos disseram que não foi fácil a tomada de palavra por parte dos membros do Executivo, mas acabaria por ser um vice-ministro que participa das sessões a responder ao Presidente, tendo sugerido que, na verdade, algo estava errado, e que, havendo possibilidade, trabalhos de correcção deviam ser efectuados.

De seguida, interveio um outro membro, que terá sido, segundo fontes, mais explanador e exaustivo. O mesmo colocou o dedo na ferida, ao afirmar que a sociedade, que vem contestando fortemente a estátua, tinha a sua razão. Sugeriu, em nome da boa imagem do Governo e em reconhecimento da figura de Mondlane e da sua família, que fosse feita a correcção da obra, o que mereceu concordância da maioria, incluindo o Chefe de Estado, que endereçou severas críticas, em sinal de descontentamento, à titular da pasta da Cultura, Eldevina Materula.

Apesar de não ter sido anunciado este tema na habitual conferência de imprensa das terças-feiras após o Conselho de Ministros, Dossiers & Factos sabe que foi justamente por conta deste aceso tema discutido no Conselho de Ministros que, dias depois, Eldevina Materula veio a público para pronunciar-se sobre a criação de uma equipa técnica de avaliação da estátua inaugurada pelo próprio Presidente no dia 25 de Setembro, no quadro da celebração do dia das Forças Armadas de Defesa de Moçambique (FADM).

Por sua vez, quando instada a pronunciar-se pelo Chefe de Estado, a ministra do Género, Criança e Acção Social, Nyeleti Mondlane, preferiu abster-se de comentar. Mesmo assim, mostrou abertura para abordar o tópico num ambiente mais reservado. Dossiers & Factos sabe que a atitude da governante foi perfeitamente compreendida pelos seus pares, uma vez que Nyeleti concentra em si os papéis de membro da família da figura em causa — é filha de Eduardo Mondlane — e de membro do Governo.

Mais gastos em tempos de crise 

A indicação de que a estátua será corrigida serviu para sossegar a sociedade, mas não eliminou por completo a polémica. Uma das principais questões que tem sido suscitada tem que ver com os gastos que acarretará a correcção do monumento. Na conferência de imprensa, Eldevina Materula não adiantou quanto se prevê gastar com os trabalhos de rectificação (assessoria da equipa técnica e a correcção propriamente dita). O facto é que, para a crítica, nada disso seria necessário se a avaliação tivesse sido feita em tempo útil, ou seja, antes da inauguração.

Outrossim, opiniões mais radicais consideram que nem era preciso gastar 22 milhões de meticais com a construção da nova estátua, e que bastava polir a anterior, que aparentemente era do agrado dos moçambicanos.

Refira-se que os “erros técnicos” que deixaram a sociedade em alvoroço foram reconhecidos pelo próprio autor da escultura, o artista Pompílio Gemuce, que só não os especificou na conferência de imprensa da semana passada porque a assessora de comunicação do Ministério da Cultura e Turismo não o permitiu.

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