De repente, como que por magia, o Estado moçambicano pagou os retroactivos aos elementos das Forças Armadas de Defesa de Moçambique (FADM) e da Polícia da República de Moçambique (PRM). A dívida, correspondente a dois meses, remonta ao segundo semestre de 2023, aquando da introdução da polémica Tabela Salarial Única (TSU).
O desembolso dos valores começou na segunda-feira, 09 de Dezembro, mas a sorte não sorriu a todos os agentes. Muitos estão em desespero porque ainda não ouviram o sino da conta tintilar. Preocupados, abordaram as chefias, tendo-lhes sido respondido que deviam aguardar, supostamente porque o processo de pagamentos continua até quarta-feira, 11 de Dezembro, por sinal o último dia da fase “4×4” das manifestações convocadas por Venâncio Mondlane.
Entretanto, há um outro problema neste processo, que tem a ver com as discrepâncias nos valores recebidos, pelo menos ao nível das FADM. Alguns militares receberam valores aquém do que lhes é devido, mas há também os que receberam muito mais.
O surpreendente pagamento dos retroactivos nas Forças de Defesa e Segurança (FDS) acontece numa altura em que o País está mergulhado no caos, devido às manifestações de repúdio aos resultados das eleições gerais de 09 de Outubro, mas também ao custo de vida. Nesse sentido, é visto como um “esforço” para moralizar os agentes e assegurar que continuam leais.
Vale recordar que o congelamento dos retroactivos e todos os problemas suscitados pela TSU constituem uma das grandes razões de insatisfação das FDS com o Executivo liderado por Filipe Nyusi.