Foi de pouca dura o “casamento arranjado” entre Venâncio Mondlane e o Podemos. A poucos dias do São Valentim, e confirmando o que era mais do que expectável, a relação “espumou”, anunciou hoje, terça-feira, 4 de Fevereiro, Dinis Tivane, o “ombro amigo” de VM7, através de um comunicado de imprensa.
Daqui para frente, cada um segue o seu caminho. Nem há espaço para os habituais litígios pela divisão dos bens, pois a equipa de Mondlane decidiu abdicar de todas as benesses previstas no acordo coligatório assinado em Agosto do ano passado, no distrito da Manhiça.
“Nem tudo na vida é dinheiro e posições”, lê-se no comunicado, que justifica esse desprendimento como um gesto de respeito pelos “milhares de moçambicanos que pagaram com seu sangue, membros mutilados, sequestros, execuções sumárias e privação de liberdade”.
A relação, descrita inicialmente como “união em prol de Moçambique”, rapidamente se transformou num verdadeiro drama político, com várias trocas de acusações. Segundo o comunicado, o Podemos terá agido “de forma madrugadora” ao tomar posse na Assembleia da República, ignorando a vontade do povo e os princípios que supostamente uniam as duas partes. “A nossa luta é pela salvação de Moçambique, não pela obsessão de bens materiais”, escreve Tivane, num tom que mistura indignação e desilusão.
Com o fim deste “romance”, resta saber o que o futuro reserva para Venâncio Mondlane e o seu movimento. Enquanto isso, o Podemos, que se tornou a segunda maior força política “surfando” na onda de popularidade de Mondlane, terá, aparentemente, de lidar com a imagem de um partido que, segundo o comunicado, preferiu “mordomias, benesses e privilégios infindáveis” em vez de lutar pelas reivindicações legítimas do povo. AC
