Membros da Frelimo realizando campanha no Registo Civil e Notariado
A campanha eleitoral tendo em vista as eleições gerais de 09 de Outubro aproxima-se do fim. Entretanto, os casos de ilícitos eleitorais estão a aumentar, especialmente na província de Inhambane, em particular no distrito de Massinga. O partido FRELIMO tem sido um dos principais protagonistas, sendo acusado de utilizar, diariamente, várias viaturas do Estado, com destaque para as dos sectores da educação, bem como infraestruturas pùblicas, para promover a sua campanha. Esta situação preocupa os partidos da oposição, como o Movimento Democrático de Moçambique (MDM) e o Podemos, que pedem uma intervenção urgente das autoridades judiciais para pôr fim a estas irregularidades.
Os partidos da oposição consideram a situação extremamente preocupante, pois, além de violar a lei eleitoral, compromete a integridade do processo, manchando a imagem do País. Donald Zunguze, delegado distrital do Podemos em Massinga, afirma ter visto mais de cinco viaturas do Estado envolvidas, três delas pertencentes ao Conselho Autárquico local e as restantes ao sector da educação. Estas viaturas foram supostamente usadas para transportar material de campanha do partido FRELIMO em três bairros daquela autarquia: Maguezane, Malovecua e Guma.
“Não é novidade ver carros do Estado a serem usados pela FRELIMO para a sua campanha. Nós, do Podemos, observamos com grande preocupação o uso de três viaturas do Conselho Municipal e mais duas viaturas da Direcção Distrital de Educação para transportar material de propaganda. Isso é preocupante, pois são bens públicos adquiridos com o dinheiro dos contribuintes, e não deveriam ser utilizados para fins partidários. Apelamos às autoridades judiciais para que tomem medidas face a estas graves violações”, afirmou Zunguze.
Rafael Ngale, mandatário do MDM, relatou também ter presenciado o uso de três viaturas do Estado — uma dos serviços distritais de Saúde, outra da Educação e uma terceira das Infraestruturas — para transportar pessoas vestidas com camisetas e bandeiras da FRELIMO, com chapas de matrícula ocultas para disfarçar a situação.
Há ainda acusações contra Alberto Macamo, director distrital de Educação, que estaria a utilizar instituições públicas para fazer campanha a favor da FRELIMO. A nossa equipa de reportagem flagrou Macamo, que também chefia uma brigada de campanha do partido, a pedir votos dentro das instalações dos Registos Civil e Notariado de Massinga, conforme documentado na imagem que acompanha este texto.
Em outro incidente em Massinga, membros da FRELIMO foram vistos a realizar um comício na sede da Localidade de Malamba, numa infraestrutura pertencente ao Estado e construída com o dinheiro dos impostos da população.
Além disso, um chefe de secretaria de uma escola em Massinga foi ameaçado pelo diretor distrital de Educação, Juventude e Tecnologia por se recusar a participar na campanha da FRELIMO. Um áudio dessa ameaça já circula nas redes sociais. Anastácio Chirrute