Na histórica cidade da Beira, coração da província de Sofala e palco de muitas batalhas e vitórias, Daniel Francisco Chapo, candidato presidencial da Frelimo, deu o primeiro passo oficial na sua jornada rumo às eleições gerais de 9 de Outubro. Escolher Sofala, terra que o viu nascer e crescer, não foi mera coincidência, mas sim um acto carregado de simbolismo. Era o retorno do filho à sua casa, onde buscava não só a bênção das suas raízes, mas também o apoio da sua gente. Chapo comprometeu-se a transformar as aspirações do povo em realidade palpável. Ele assegurou que, além de melhorar as condições de vida de cada cidadão, colocaria no topo de sua agenda a luta contra a corrupção, um mal que tanto aflige o País.
Texto: Anastácio Chirrute
Por volta das 12 horas de sábado, 24 de Agosto, o presidente da Frelimo, Filipe Nyusi, chegou ao aeroporto da Beira, acompanhado da sua esposa, para lançar oficialmente a campanha eleitoral e apresentar o candidato presidencial, Daniel Francisco Chapo, a quem apelidou de “craque”. A escolha de Sofala para o início da campanha tem um significado especial, pois é a província natal de Chapo, que, após terminar os estudos, trabalhou em diversas províncias do País, retornando agora à sua terra natal para buscar apoio e abençoar sua candidatura.
No campo do Ferroviário da Beira, na Manga, Chapo realizou um comício popular, interagindo com a população que lotou o espaço. Pediu votos e prometeu melhorar as condições de vida da população. No discurso, destacou que o seu plano de governação está sustentado em cinco pilares: paz, homem, economia, infra-estrutura e emprego. Para ele, a paz é essencial para o desenvolvimento, e sem ela, não há progresso possível.
Guerra à corrupção
Chapo salientou que o combate à corrupção será uma das suas principais prioridades. Reconhecendo que, apesar dos esforços empreendidos, a corrupção continua a ser um grande desafio para o País, Chapo afirmou estar determinado a erradicar esse mal que empobrece os moçambicanos. Ele enfatizou a necessidade de agir com urgência contra a corrupção, que, segundo ele, infecta e afecta a sociedade, prometendo acabar com práticas corruptas tanto no sector público quanto no privado.
O candidato, que é também secretário geral da Frelimo, manifestou preocupação igualmente com o terrorismo em Cabo Delgado, deixando claro que este é um dos principais pontos da sua agenda. Chapo prometeu, caso vença as eleições, empenhar-se na busca de soluções para combater este fenómeno que continua a causar destruição e sofrimento na região, afirmando que “a dor de Cabo Delgado é a dor de todo Moçambique”.
A saúde e a educação são outros pilares fundamentais do seu plano de governação. O ex-governador de Inhambane sublinhou que não é possível desenvolver Moçambique sem uma população saudável e bem-educada, comprometendo-se a melhorar estas áreas, com especial atenção ao capital humano. Ele propôs a introdução de disciplinas de educação cívica patriótica e ética moral nas escolas, visando criar uma sociedade mais justa e consciente.
Habitação e turismo são prioridades
Reconhecendo as dificuldades enfrentadas pelos funcionários públicos, especialmente médicos e professores, Chapo prometeu dialogar com esses profissionais para solucionar os problemas que os afligem, melhorando as suas condições de vida e, consequentemente, a qualidade dos serviços prestados à população.
O candidato também destacou a importância de criar emprego e melhorar as condições de habitação para os jovens. A agricultura mecanizada e a promoção de pequenas e médias indústrias foram apontadas como caminhos para gerar mais empregos. Além disso, Chapo propôs soluções para facilitar o acesso dos jovens à habitação, com a construção de casas e a disponibilização de terrenos com infra-estruturas essenciais.
Na área de infra-estruturas, Chapo prometeu reabilitar vias de acesso essenciais, como a EN1, para melhorar a mobilidade e contribuir para o desenvolvimento económico. Ele também se comprometeu a combater a burocracia e a corrupção para criar um ambiente de negócios mais favorável, atraindo investimentos e gerando mais empregos.
O turismo, especialmente nas reservas de Marromeu e no Parque Nacional de Gorongosa, também será potenciado para alavancar a economia de Sofala, com investimentos na reabilitação de vias de acesso para atrair mais visitantes.
- Extraído da edição 576 do Dossiers & Factos