Moçambique encontra-se mergulhado numa crise financeira associada a vários factores, entre eles as guerras em Cabo Delgado e no leste europeu, entre a Rússia e a Ucrânia. Enquanto o dinheiro escasseia, os preços dos diversos produtos sobem, o que agrava a situação em que vive grande parte das famílias moçambicanas. Em campanha eleitoral na zona centro do País, o candidato presidencial da Frelimo, Daniel Francisco Chapo, disse que, para resolver este problema, seu Governo vai apostar numa agricultura mecanizada e comercial para permitir que as populações possam produzir comida e garantir o auto-sustento. Igualmente, promete criar indústrias de processamento no País.
Texto: Anastácio Chirrute
Actualmente em périplo pela região centro do País, Daniel Chapo já escalou Sofala (Beira, Nhamatanda, Buzi, Caia) e Tete (Mutarara, Tsangano, Agonia e Chifundi). Os seus discursos nestas duas províncias têm sido marcados por mensagens de vária índole, deste farpas aos concorrentes a promessas ao nível da área económica.
“Há pessoas que hão-de aparecer aqui e vos enganar dizendo que vão conduzir bem o freightliner, quando nem carta de condução não têm”, alertou o candidato, deixando claro que ele é o único condutor qualificado para este tipo de veículos. Para fundamentar sua posição, Chapo referiu que “o carvão de Moatize está a sair graças ao meu projecto”, antes de falar dos seus planos de governação para os próximos cinco anos.
Um deles passa pela implementação da agricultura mecanizada e comercial, como forma de permitir que as famílias tenham auto-sustento e, por esta via, enfrentem melhor as possíveis turbulências económicas no futuro.
“Sabemos que em Mutarara, Tsangano, Ulongue e Chifundi, tem terras férteis para produção agrícola. Vamos falar com Farma’s para aplicar seus projectos aqui em Tete e empregar muitos jovens. Vamos trazer aqui para Tete empresas de processamento, para que os jovens possam trabalhar nessas empresas e possam ter dinheiro para fazerem suas vidas”, prometeu.
Em algumas regiões de Sofala e Cabo Delegado, o algodão poderá voltar a ser produzido em grandes quantidades, pois, segundo Daniel Chapo, haverá mais indústrias de processamento que demandarão esta cultura. Ainda a este propósito, assegurou que haverá pressão sobre a empresa Mandora Investimento, que alegadamente tem dívidas com os produtores desde o produto em Marínguè, na província de Sofala.
Na mesma província, o também secretário-geral da Frelimo mostrou-se preocupado com a situação da estrada que liga Nhamapaza, Marínguè e Macossa.
Chapo volta a prometer atenção aos jovens
Os jovens têm sido o principal destinatário das mensagens dos candidatos e partidos políticos neste momento de “caça ao voto”. Na zona centro, o candidato da Frelimo tem-se referido, repetidamente, à necessidade de criação de empregos para esta faixa etária, propondo a abertura de linhas de crédito bonificadas como caminho a seguir.
“Estamos a projectar um banco que vai emprestar dinheiro ao povo e vai fazer crescer o negócio dos jovens, mulheres e homens, porque tem força e inteligência, são grandes gestores mas seus sonhos não crescem porque não têm dinheiro”, afirmou.
Os antigos combatentes também vão merecer atenção de Chapo, que assegura, em caso de vitória, o pagamento de subsídios e pensões sem restrições. Tudo isso está, todavia, dependente de outras acções paralelas, entre eles o combate cerrado à corrupção. “Precisamos combater muitos males que minam o desenvolvimento do nosso País. Um dos males é a corrupção; o dinheiro que podia servir para construir mais estradas – como esta que sai de Marínguè a Nhamacossa -, dar água e energia para a população, vai ao bolso de uma pessoa”, sublinhou.
*Extraído da edição 130 do Dossier Económico