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COM ESCASSEZ DE DIVISAS: Manica “corre” atrás do investimento directo estrangeiro

Na província de Manica, o sector privado está numa corrida para atrair investimento directo estrangeiro, visando combater a escassez de divisas que tem gerado sérios problemas económicos e prejudicado o ambiente de negócios, deixando os empregadores em desespero.

Texto António Cumbane

O presidente do Conselho Empresarial Provincial (CEP) de Manica, Alcides Cintura, está na cidade de Maputo em contacto com embaixadas e principais plataformas de diálogo estrangeiro, com o objectivo principal de promover as potencialidades da província para atrair mais investimentos.

“A estratégia foi destacar o ambiente de negócios na província de Manica, as oportunidades existentes em diversas áreas, e explicar as potencialidades locais. Com base nisso, queremos atrair e promover o investimento directo estrangeiro para gerar emprego, aumentar o pagamento de impostos, estimular exportações, atrair divisas e buscar conhecimento externo”, explicou Cintura.

Falando em exclusivo ao Dossier Económico, Cintura afirmou que o desaceleramento do investimento directo estrangeiro e a falta de divisas no sistema financeiro para cumprir compromissos com fornecedores estrangeiros têm causado prejuízos económicos significativos, especialmente para o sector privado.

“Precisamos de avançar e trabalhar unidos para superar este problema, que até coloca em risco o emprego de muitos moçambicanos. A estratégia é continuar a mobilizar mais investimentos dos países que lideram o financiamento ao País, como os Emirados Árabes, China, Maurícias e África do Sul.”

Durante a sua viagem, o presidente do CEP em Manica reuniu-se com os embaixadores da Alemanha, Brasil, Portugal, Itália e a Delegação da União Europeia.  “Como sector privado, é do nosso interesse reverter o cenário actual. Manica recomenda a divulgação massiva das possibilidades e vantagens de se investir aqui. É essencial facilitar nossas exportações para aumentar a entrada de divisas”, aconselhou Cintura.

Ele acredita que estas e outras medidas irão impulsionar não apenas a província, mas também o País de forma geral. “Devemos também intensificar a produção e exportação, como ocorre com a macadâmia, litchi e abacate, que são bandeiras na nossa província.”

Cintura destacou que o sector privado em Manica não quer ficar de fora na busca por investimento directo estrangeiro, para a médio prazo libertar o sistema financeiro, numa altura em que falta dólar nos bancos, mas há muito [dólar] com os cambistas na praça, especialmente na cidade de Chimoio, sob o olhar impávido das autoridades competentes.

Refira-se que há uma insuficiência de divisas no mercado, num contexto em que a liquidez dos bancos comerciais reduziu devido à imposição das reservas obrigatórias em moeda estrangeira (39,5%).

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