O Conselho Nacional da RENAMO aguarda com expectativa os resultados do Conselho Constitucional enquanto enfrenta tensões internas, marcadas pela contestação à liderança de Ossufo Momade. Nesta quinta-feira (28), o Conselho Jurisdicional do partido, reunido na Sede Nacional, abordou a crise e apelou à disciplina partidária.
De acordo com Arnaldo Chalaua, presidente do Conselho Jurisdicional da RENAMO, todos os membros do partido devem cumprir rigorosamente os regulamentos e os estatutos internos. “Neste momento de ansiedade, é fundamental que prevaleça a calma e a paciência. Apelamos a todos os membros e simpatizantes para que observem o cumprimento das normas e respeitem a disciplina partidária”, afirmou.
Chalaua reconheceu que questões financeiras podem estar a dificultar a realização da Sessão Ordinária do Conselho Nacional, que estava prevista. “Estamos a sair de um processo eleitoral exigente, que implicou uma grande mobilização de fundos e de recursos logísticos. Além disso, o congresso realizado em Alto Molócuè também representou um esforço significativo em termos financeiros”, explicou.
O dirigente alertou que nenhuma acção deve obstruir as actividades políticas em qualquer nível, desde postos administrativos até à sede nacional. “É imprescindível que todos os quadros e membros respeitem as normas internas e assegurem o normal funcionamento do partido em todas as suas instalações”, sublinhou.
Num apelo ao Conselho Constitucional, Chalaua destacou a importância da análise célere do recurso contencioso eleitoral submetido pela RENAMO. “Esperamos que os venerandos juízes avaliem com justiça e tempestividade o nosso pedido, garantindo que a vontade popular seja respeitada e o processo eleitoral devidamente verificado”, reforçou.
A RENAMO vive um período de crise interna desde os resultados das eleições presidenciais de 9 de Outubro, em que o partido alcançou apenas 403.591 votos, equivalentes a 5,81%, ficando em terceiro lugar. A contestação à liderança de Ossufo Momade intensificou-se, culminando na ocupação da sede por guerrilheiros que exigem a sua demissão.