Venâncio Mondlane, líder das manifestações que têm paralisado Moçambique em protesto contra a alegada fraude eleitoral nas eleições de 9 de Outubro, divulgou uma lista de exigências para um possível diálogo com o partido Frelimo. Após a Frelimo demonstrar abertura para negociar, Mondlane estabeleceu novas condições como pré-requisito para o fim dos protestos e o início de um entendimento.
Texto: Dossiers & Factos
Inicialmente, Mondlane tinha condicionado o diálogo à apresentação dos editais originais das eleições, afirmando que “os votos não se negociam; contam”. Agora, acrescentou mais seis exigências, que reflectem demandas estruturais e sociais: Segundo VM, a Frelimo deve apresentar os documentos eleitorais originais, garantindo transparência sobre os votos populares. A segunda exigência é que o Estado se mantenha neutro e independente de influências partidárias, removendo a “ditadura partidária”.
Em terceiro lugar, propõe que os benefícios fiscais sejam canalizados directamente para o desenvolvimento local dos distritos e províncias, promovendo a autonomia regional. A quarta demanda tem a ver com a habitação, com Mondlane a defender a construção de três milhões de casas para jovens, com o objectivo de enfrentar o déficit habitacional.
VM7 também solicita a criação de um fundo entre 500 e 600 milhões de dólares para apoiar iniciativas e projectos de jovens, incentivando o empreendedorismo e o desenvolvimento económico juvenil.
Relativamente aos manifestantes detidos, Mondlane exige a libertação imediata dos mesmos e quer que o Estado indemnize as famílias de todas as vítimas mortais das manifestações.
Texto extraído na edição 585 do Jornal Dossiers & Factos