A Confederação das Associações Económicas de Moçambique (CTA) reagiu com cepticismo à recente decisão do Banco de Moçambique de reduzir a taxa de juro de política monetária (MIMO) para 12,25% e aliviar os coeficientes de Reservas Obrigatórias. Apesar do aparente alívio ao mercado, a CTA considera a medida insuficiente e questiona: o que realmente mudou?
Para o sector privado, a falta de liquidez no Mercado Cambial Interbancário (MCI) continua a ser um entrave para as empresas. A CTA lembra que, em 2024, o Banco de Moçambique retirou 2,1 mil milhões de dólares do mercado para reforçar as reservas internacionais e pagar dívida externa, sem impacto positivo para a economia real.
A redução dos coeficientes de Reservas Obrigatórias pode aumentar a disponibilidade de crédito, mas as dificuldades na obtenção de divisas persistem. Em Junho de 2024, as necessidades cambiais não satisfeitas somavam 410 milhões de dólares, e muitas empresas continuam a lidar com facturas de importação pendentes há mais de nove meses, travando a recuperação económica.
Para a CTA, sem medidas eficazes para destravar o acesso a divisas e dinamizar o crédito às empresas, a decisão do banco central pode ter impacto limitado no crescimento económico do país.