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 DEGRADAÇÃO DE ESTRADAS NA MAXIXE: Edil culpa “carga excessiva” dos camionistas

– E cadê a fiscalização, senhor edil?

Várias estradas da cidade da Maxixe, na província de Inhambane, estão em péssimas condições de transitabilidade devido à existência de buracos. A situação tem deixado os automobilistas bastante agastados com as autoridades municipais, por considerarem que estas nada fazem para inverter o cenário, o que obriga a frequentes idas às oficinas para reparar danos. Entretanto, a edilidade da Maxixe reconhece serem justas as inquietações dos automobilistas, porém, diz que tais problemas são causados pelo peso excessivo dos camiões que transportam mercadoria para estabelecimentos comerciais dos agentes económicos.

Texto: Anastácio Chirrute, em Inhambane

Há poucos anos foi considerada a mais limpa e moderna da província de Inhambane, Maxixe é actualmente um grande pesadelo para os condutores com viaturas de baixa suspensão. Mais do que saber conduzir, é preciso ter muita paciência para conseguir fintar cada buraco e evitar danificar as peças das suas viaturas.

As vias que partem da rotunda próxima à EN1 em direcção à Esquina 14, da creche até a Pontinha e o terminal dos chapas que vão para José Tinga, Agostinho Neto, etc., em direcção à Escola Secundária 29 de Setembro, são alguns exemplos das que mais precisam de uma intervenção urgente devido ao seu estado de degradação.

Quando os automobilistas percorrem essas vias, não encontram nenhuma paz; tudo parece um filme de terror, avaliando pelos prejuízos que vão se acumulando. Apesar de alguns até tentarem de tudo para fintar os buracos, há sempre um ou outro que escapa, e um pequeno descuido pode furar os pneus.

“Como pode ver, estive a andar em zigue-zague para não pisar os buracos, e isso é um grande sofrimento para nós, pois requer paciência. Há vezes que usamos faixas contrárias como forma de fugir dos buracos. Sabemos que é arriscado, pois é possível acontecerem acidentes, mas enquanto a edilidade não fizer nada, vamos violando as regras de trânsito,” lamentou Marta Felisberto, funcionária do Estado.

John Nhabiu, professor, é exemplo de tantos outros que também sentem na pele os impactos negativos que as estradas da cidade da Maxixe causam diariamente nas suas viaturas. Ele conta que já perdeu a conta das vezes que a sua viatura “dormiu” nas oficinas mecânicas porque estava avariada por causa dos buracos.

“Já não está a dar. Como é possível uma cidade tão bonita como esta continuar com estradas esburacadas? Será que a edilidade não tem olhos para ver estes problemas? Eu, por exemplo, te nho que pensar duas vezes para sair de casa ao serviço porque é provável que, ao entrar na cidade, bata contra um buraco e a minha viatura avarie aí mesmo, como já aconteceu várias vezes. Isso é preocupante.”

“As boas estradas atraem investidores. Nessas condições em que a nossa cidade se encontra, fica complicado alguém vir aqui investir. Nenhum investidor está disposto a colocar seus camiões a circular em estradas cujas condições de transitabilidade são deficitárias.”

Edilidade culpa peso excessivo dos camionistas

Entretanto, a edilidade da cidade da Maxixe diz que está consciente destes problemas, acrescentando que já existe um plano com vista a solucionar o problema. O mesmo consiste, de acordo com o edil Issufo Francisco, na aplicação de taxas de circulação de viaturas, com o objectivo de usar o dinheiro arrecadado para a manutenção das vias de acesso.

Quanto às causas da degradação, o responsável aponta o dedo acusador aos camionistas, que supostamente circulam com carga acima dos limites impostos pela lei. Nada diz, no entanto, sobre a omissão dos agentes fiscalizadores, quer no plano autárquico, quer no plano central.

Texto extraído na edição 117 do Jornal Dossier económico

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