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DEVIDO A OSCILAÇÕES NOS SERVIÇOS BANCÁRIOS: Comerciantes somam prejuízos e empregos estão ameaçados

Desde o início do último mês de Abril, clientes dos diversos bancos que operam no País têm apresentado queixas sobre o mau funcionamento dos serviços bancários, principalmente devido às frequentes falhas nos terminais de operações (ATM, POS e Carteira Móvel). A insatisfação decorre do facto de os dispositivos estarem a operar de forma instável. Essa situação torna-se evidente quando os clientes enfrentam dificuldades para realizar pagamentos por POS, transferências de valores e levantamentos. O problema afecta não apenas pessoas singulares, mas também grupos específicos de agentes económicos, deixando os prejudicados em situações delicadas e com prejuízos enormes.

Texto: Hélio de Carlos 

Faz quase um mês desde que os milhões de clientes que confiaram nos diferentes bancos presentes no País vêm expressando crescente insatisfação com os serviços prestados por este sector de actividades. Ocorre que os utentes têm enfrentado dificuldades para realizar algumas operações, como saques em caixas electrónicos, por exemplo.

O problema persiste e tem tendência a agravar-se, afectando inclusive o sistema online, que vinha sendo essencial para o descongestionamento das agências bancárias, geralmente caracterizadas por longas filas, e flexibilização das operações.

Nossa equipe de reportagem saiu às ruas em busca de algumas reacções sobre o facto. Uma das queixas recorrentes é a falta de aviso prévio aos clientes de todos os bancos sobre esse problema.

“Na verdade, isso não é novo. Os mais atentos ou que já foram afectados por isso podem dizer que estamos a lidar com essa situação há algum tempo. Posso afirmar que já se passaram cerca de duas semanas e tem sido um verdadeiro pesadelo. Já faz três dias que não consigo sacar dinheiro nem verificar meu saldo. Prometi pagar por alguns serviços que me foram prestados e o prazo já passou”, desabafa Mário Sitóe, de 43 anos.

Segundo relatos dos prejudicados, os serviços só começam a funcionar de forma aceitável por volta das 19 horas, sendo o Banco Comercial e de Investimentos (BCI) o mais criticado pelos seus clientes.

As falhas de sistema, que se vêm agravando nos últimos tempos, começaram com a mudança do fornecedor do Sistema Nacional de Pagamentos Electrónicos (SIMOrede) de BizFirst para Euronet. No entanto, o governador do Banco de Moçambique, instituição responsável pela migração, refuta culpas, assacando-as para os bancos, por alegadamente não se terem preparado para a transição.

Comerciantes prejudicados devido a “falhas” do sistema

A interrupção nas transacções bancárias está a prejudicar sobremaneira diversos agentes económicos, pois muitos clientes que desejam realizar pagamentos por meio de transacções bancárias ou com cartão (POS) estão a enfrentar dificuldades para o efeito. A falta de acesso ao dinheiro físico tem levado, em alguns casos, à desistência de compras ou pagamentos pelos consumidores.

O problema ocorre sobretudo logo nas primeiras horas do dia, afectando tanto os residentes quanto os comerciantes das cidades da Matola e Maputo, mas não só. Eles se sentem prejudicados com o funcionamento deficiente dos sistemas bancários, sem excepção.

“O povo fica revoltado, dizendo que está difícil. E realmente é difícil. As pessoas têm dinheiro em suas contas, mas, mesmo assim, após longos dias de espera para acessar aos seus vencimentos e resolver suas questões, precisam de passar por esse sofrimento?”, questionou um dos afectados, enquanto aguardava impacientemente num dos balcões de atendimento.

Como resultado disso e de diversos outros factores, os comerciantes estão a sofrer prejuízos significativos. Por exemplo, o facturamento de certos estabelecimentos de vendas caiu cerca de 40% no último mês.

“Está claro que estamos a somar prejuízos e corremos o risco de afectar nossos funcionários da mesma forma, já que não poderemos cobrir todas as despesas. Então, a situação é bastante complicada”, comenta a proprietária de um estabelecimento de venda de produtos diversos em uma das avenidas da cidade de Maputo.

Agora, tanto os clientes quanto os comerciantes estão receosos em avançar com certas vendas ou compras de produtos específicos. Eles não se sentem confiantes e, como resultado, estão a optar por adoptar o sistema pré-pago como forma de evitar surpresas desagradáveis.

Texto extraído na edição 113 do jornal Dossier económico

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