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Divórcio e rancor dos pais viram feitiço contra os filhos em Hulene  

Eis, então, que estamos de volta para mais uma edição do jornal Dossiers & Factos que leva consigo mais uma história de vida, desta feita relatando o sofrimento de uma jovem que padece de uma doença que nem a medicina convencional consegue identificar. Trata-se de uma jovem com pouco mais de 20 de idade, por sinal, já mãe de um filho pequeno.

Sucede que ela vive apenas com a sua mãe e outros quatro irmaõs porque o pai deles, que é empresário, decidiu, há sensivelmente 12 anos, separar-se e abandonar a casa, deixando a esposa e os filhos, que mesmo sem pai foram crescendo até atingirem a maturidade.

Por causa dessa separação e posterior disputa de bens, com ênfase para os imóveis, iniciam as desavenças entre ambos, acabando por envolver os filhos porque uns, de forma natural, inclinam-se para a parte da mãe, e outros para a do pai. Entre eles, nasceu o espírito de orgulhoso desmedido e rancor, negação ao diálogo e ausência de tolerância. Esta história real acontece no bairro de Hulene, na cidade de Maputo, e envolve um casal que chegou a oficializar o casamento, tendo de seguida partilhado o tecto por alguns anos.

Durante esses anos de convivência, tudo corria bem. Os dois se conheceram enquanto jovens, sem nada em termos de condições de vida. Quando o amor estava lindo e doce, geraram cinco filhos, construíram casas, fundaram juntos uma empresa de prestação de serviços em diversas áreas, e, deste modo, a vida lhes corria a contento.

Sucede que, por qualquer motivo, o marido, a quem vamos tratar por Honório, decidiu abandonar a casa que construiu juntamente com a esposa, Sara, para ir formar uma outra família com uma mulher muito mais nova que a mãe dos seus filhos.

Se a separação não constitui pecado, muito menos algum tipo legal de crime, eis que o mau e vergonhoso momento chega a este casal. A filha, por sinal a única menina entre os cinco filhos, já adulta, começa a adoecer at­é atingir contornos graves sem que ninguém soubesse da enfermidade que a castiga.

A situação da jovem doente caminha para um ano. Várias foram as tentativas de procurar a cura, mais tudo em vão. O pai deles, apesar de possuir a empresa bem próxima a sua ex-residência, onde deixou a sua esposa, nunca aceitou voltar a colocar seus pés naquela residência, muito menos cumprimentar ou conversar com a sua ex-esposa e mãe dos filhos.

A doença da filha foi se agravando, com a mãe e seus familiares a envidarem esforços para encontrar a solução, mas sempre sem sucesso. O pai apenas ouvia relatos através de seus filhos, dois dos quais funcionários do pai.

Mesmo com a informação sobre a gravidade da doença, Honório nunca aceitou se aproximar para ver de perto o que se passava com a coitada da filha, e sempre mandatou emissários, nomeadamente seus irmãos e, em algum momento, o pai dele, neste caso, o avô da jovem doente, alegadamente porque ele não se pode se cruzar ou estar no mesmo local que a antiga esposa.

Na verdade, ela, a antiga esposa, também não fala bem do seu ex-marido e não esconde o rancor ou a dor que sente pelo facto de Honório lhe ter abandonado para ir viver com uma outra mulher. Verdade é que a filha deste casal continua doente, ao extremo de já no leito hospitalar ficar quase que paralítica, com os membros, quer inferiores, quer superiores, a deixarem de funcionar.

Mesmo com esta situação, os dois não encontram espaço para uma união e poder lutar conjuntamente pela vida da filha. Sucede que, pela gravidade da doença, exige-se que a doente tenha uma acompanhante e, neste caso, quem fica mais dias com ela é a mãe, Sara. O leitor pode imaginar o que aconteceu quando o pai da jovem jurou que onde estiver a sua ex-esposa, ele não pode estar, mas, nesta altura, a filha encontra-se internada na companhia da sua mãe.

De certeza que, porque ela, a doente, vê e ouve tudo, para além das dores que sente, provocadas pela doença que nem a medicina convencional consegue explicar ou diagnosticar, pode ter outras perturbações causadas, obviamente, pela intolerância dos pais.

Quando o pai dela vai para visitá-la, a mãe deve-se ausentar do quarto, onde fica com a filha. Ela sai e procura um lugar nos bancos e senta-se, para o ex-marido poder entrar e visitar a filha. Só depois dele sair, ela regressa à enfermaria para estar com a filha. Caso Honório chegue e ela não se retire, ele não se aproxima da filha.

O ambiente vivido é de extrema crispação, que inclusive começa a abrir espaços para se falar de feitiço. Estimado leitor, este representa mais um dos diversos assuntos difíceis de perceber que acontecem nas nossas famílias, e que são motivo para afirmar que precisamos arrumar da melhor forma a separação ou divórcio para evitar inimizades que acabam afectando a vida dos nossos filhos.

 

 

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