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DURANTE O ANO DE 2023: Indústria extractiva e energia lideraram exportações

Em 2023, as exportações do país foram dominadas por produtos primários da indústria extractiva e de energia eléctrica. O carvão mineral foi o principal produto exportado, representando 26,9% das exportações, seguido pelo gás natural com 20,9%, alumínio com 13,3%, energia eléctrica com 8%, e areias pesadas com 6,2%. Por outro lado, as importações foram mais diversificadas, com destaque para a maquinaria (17,8%), gasóleo (10,3%), cereais (6,9%), automóveis (4,6%), e gasolina (3,8%). Um recente estudo do Instituto Nacional de Estatísticas (INE) revelou que, dos 17 grupos de produtos analisados, apenas quatro apresentaram um saldo positivo na balança comercial: combustíveis minerais, metais comuns e minerais. Os outros grupos, incluindo máquinas, aparelhos, produtos químicos e veículos, tiveram um saldo deficitário.

Texto: Milton Zunguze

Num conglomerado de 17 grupos de produtos, que abrangem desde combustíveis minerais, metais comuns, minerais, minérios, madeira, cortiça, peles, couros, calçado, vestuário, papel, óptica, matérias têxteis, alimentares, agrícolas, veículos, entre outros, a classificação feita pela instituição responsável pelas estatísticas do País mostra que, na primeira posição, estão os produtos ligados ao grupo de combustíveis minerais, que representam cerca de 57,6% dos produtos exportados tendo arrecadado cerca de 4,7 mil milhões de dólares, um crescimento de 13,3% quando comparado com o ano anterior. Apesar do decréscimo na margem de 28,7% comparando com o ano passado, na segunda posição, estão os metais comuns, que movimentaram cerca de 1,3 mil milhões de dólares.

Os produtos agrícolas ocupam a terceira posição, representando cerca de 7,9% e assinalando um crescimento de 1,1%, totalizando 657,418 mil dólares.

“Dos grupos que apresentaram variação positiva, o destaque vai para óptica e precisão (87,8%) e máquinas e aparelhos (37,3%). Dos grupos que registaram variações negativas, para além do grupo de metais comuns (-28,7%), destacam-se ainda veículos e outros meios de transporte (27,6%) e papel celulósico (-24,5%)”, lê-se no relatório.

Um dilema: combustíveis minerais lideram exportações e Importações

Em contrapartida, ao nível dos produtos importados para o País, o grupo de combustíveis minerais ocupa novamente a primeira posição, com cerca de 21,3%, registando cerca de 2,1 mil milhões de dólares, “não obstante a queda de 23,0% face ao ano anterior”. Enquanto isso, a compra de máquinas e aparelhos para o País cresceu em 35,5%, resultando em cerca de 1,7 mil milhões de dólares, representando o segundo lugar.

“O grupo de produtos agrícolas ocupa a terceira posição com uma representatividade de 14,4%, correspondente a USD 1.451.093 mil, valor muito próximo do registado no ano anterior. A maior parte dos grupos apresentaram variações positivas, com destaque para o grupo de vestuário, que cresceu mais de metade (55,8%). Das variações negativas, destaca-se o grupo de veículos e outros meios de transporte (-84,7%), que ocupou a primeira posição em 2022 devido à chegada da plataforma flutuante da Coral Sul FNLG”.

Sete províncias tiveram saldo comercial deficitário

No contexto das exportações e importações no que tange ao saldo da balança comercial por província, a maioria das províncias registou um saldo da balança comercial deficitário, sendo Maputo, Sofala e Zambézia as mais destacadas. No entanto, a Cidade de Maputo e Nampula são as províncias com os maiores saldos excedentários no ano de 2023.

Quanto às empresas exportadoras de produtos, segundo o documento, cerca de 53,9% estão sediadas na Cidade de Maputo, que movimentaram cerca de 4,4 mil milhões de dólares. Na segunda posição está a província de Maputo, apesar da queda na ordem de 28,5% quando comparado ao ano de 2022, tendo movimentado cerca de 1,4 mil milhões de dólares. Na zona Norte, destacou-se a província de Nampula, que movimentou uma margem de 721,887 mil dólares.

“As províncias de Inhambane (com um peso inferior a 0,1%), Gaza (0,1%) e Niassa (0,2%) foram as menos representativas nas vendas no exterior, tendo todas registado decréscimos face ao ano anterior. Para além da Cidade de Maputo, as províncias de Sofala (1207,4% – devido à exportação do carvão mineral) e Tete (3,1%) registaram variações positivas na região Centro, enquanto as restantes registaram variações negativas. É de referir que 11,3% do valor das exportações, em 2023, foi realizado por pessoas singulares, outro tipo de instituições ou empresas ainda não registadas no cadastro do INE. Em 2022, esse grupo de entidades representou 9,0%”, descreve o estudo.

Sofala Substitui Nampula nas importações

No que tange à localização das empresas que mais importaram produtos do exterior, elas estão concentradas na cidade de Maputo, que “gastaram” cerca de 3,7 mil milhões de dólares, enquanto a província de Maputo importou quase 2 mil milhões de dólares, e Sofala importou produtos no valor de 424,577 mil dólares. As províncias de Niassa (0,1%), Inhambane (0,2%) e Gaza (0,2%) foram as menos representativas nas compras no exterior.

“A maioria das províncias registou variações negativas, destacando-se, para além da Cidade de Maputo, as províncias de Manica (-92,0%), Gaza (-29,4%) e Cabo Delgado (-19,3%). Das províncias que cresceram em valor, destacam-se Sofala (1046,3% – devido à importação de combustível) e Tete (43,6%). É de referir que 29,9% do valor das importações em 2023 foi transacionado por pessoas singulares, outro tipo de instituições ou empresas ainda não registadas no cadastro do INE, um aumento significativo face aos 15,3% registados em 2022”.

Destino dos Produtos

A lista dos 10 principais países de destino das exportações de bens em 2023 alterou-se ligeiramente em relação ao ano anterior, com a entrada da Tailândia e do Vietname em substituição da Espanha e Zimbabué. A representatividade geral deste grupo manteve-se igualmente estável, em 74,1%, comparado a 72,6% em 2022.

A Índia, principal destino do carvão mineral, voltou a posicionar-se como o principal destino, recebendo 15,6% das exportações, apesar do decréscimo do valor em cerca de um quarto. A China registou a maior variação deste grupo (174,3%), passando do quinto para o segundo posto, anteriormente ocupado pela África do Sul, que passou à terceira posição. Destaca-se ainda o decréscimo das exportações para o Reino Unido, em cerca de 59,4%, saindo da terceira para a quinta posição.

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