A entrada da Coligação Aliança Democrática (CAD) na corrida eleitoral deste ano terá trazido algumas preocupações no seio dos três principais partidos, nomeadamente a FRELIMO, RENAMO e o MDM, muito por culpa de uma franja significativa dos seus membros e simpatizantes estarem a apoiar a coligação. Na província de Inhambane, por exemplo, a RENAMO é o partido que mais se viu assolado pela fuga de membros. Entre eles há três vereadores da RENAMO no Município de Vilankulo que agora correm o risco de perder o seu emprego por alegadamente terem assinado a lista de apoio à candidatura de Venâncio Mondlane.
Texto: Anastácio Chirrute, em Inhambane
Entretanto, o edil de Vilankulo, Quinito Vilanculos, diz que ainda não foi informado sobre este assunto. Porém, caso seja provado que os seus funcionários o traíram, garante que medidas serão tomadas.
A preocupação dos três principais partidos só baixou de nível depois da comunicação feita na última quinta-feira, 18 de Julho, pela Comissão Nacional de Eleições (CNE), dando conta da rejeição da can didatura da CAD para as eleições legislativas e das Assembleias Provinciais, por alegada nulidade.
A RENAMO, o principal partido da oposição, é o movimento que mais estava a sentir o impacto da CAD, dada a enorme quantidade de membros e simpatizantes que decidiram seguir Venâncio Mondlane, depois de o político ter deixado a perdiz em meio a polémica.
No Município de Vilankulo, que está pela primeira vez sob gestão da RENAMO, três vereadores são acusados de trair a perdiz, alegadamente por terem contribuído com assinaturas para sustentar a candidatura presidencial de Venâncio Mondlane. Trata-se de Agira Murrumela, vereadora para a Área de Desenvolvimento e Economia Local, Anastácio Sociado, vereador para a Área de Administração e Finanças, e Efraime Vilanculos, vereador de Urbanização e Infra-estruturas.
Cenário igual registou-se também nos Municípios de Massinga e Zavala onde os cabeças de lista que concorreram nas autárquicas do ano passado pela RENAMO também assinaram a lista de apoio à candidatura de Venâncio Mondlane. Todos eles continuam a exercer as funções que o partido RENAMO lhes incumbiu, à excepção do ex- -cabeça de lista de Quissico, que pelo menos apresentou a carta de renúncia à qualidade de membro da RENAMO.
Dossiers & Factos sabe que vários outros membros da perdiz que apoiam a CAD estão arrependidos, especialmente depois do derrube das listas da coligação de cinco partidos em sede da CNE. Há quem esteja a pensar em recuar e solicitar reintegração.
Nossa equipa contactou telefonicamente o chefe provincial da Mobilização da RENAMO em Inhambane, Camilo Mussagy, que por sua vez confirmou este assunto e disse que o seu partido vai analisar cada caso, e se se concluir que os membros violaram os estatutos do partido, serão despedidos sem dó nem piedade.
Entretanto, o edil de Vilankulo, Quinito Vilanculos, disse que ainda não foi informado sobre este assunto. Porém, assegura que, caso seja provado que os seus subordinados “o traíram”, medidas serão tomadas.
Texto extraído na edição 570 do Jornal Dossiers & Factos