O embaixador de Portugal em Moçambique, António Costa Moura, apelou para que o governo moçambicano tome medidas decisivas para pôr fim à onda de raptos que assola o país. Segundo declarações divulgadas pela Rádio França Internacional (RFI) na segunda-feira, 1 de Julho, Costa Moura sublinhou que a continuidade desses crimes prejudica significativamente a confiança dos investidores estrangeiros.
António Costa Moura, ao comentar sobre os sequestros em Moçambique, destacou o impacto negativo desse flagelo na atracção de investimentos. “Devemos abordar essa questão de forma directa. Estamos acompanhando a situação juntamente com as autoridades nacionais, e Moçambique precisa decidir se quer ser um destino atractivo para investimentos estrangeiros directos e um apoio para empresas. Esse problema precisa ser resolvido ou, pelo menos, minimizado”, afirmou.
A Confederação das Associações Económicas de Moçambique compartilha dessa preocupação. Adelino Buque, conselheiro da direcção da entidade, lamentou a persistência dos sequestros e incentivou o governo a tomar medidas concretas. “Gostaríamos de ver essa questão resolvida, mas infelizmente, ainda não foi. Lamentamos que continue. Pedimos ao governo que aja, que restaure a confiança dos empresários e coloque um ponto final na onda de raptos”, disse Buque.
De acordo com dados oficiais, desde o primeiro caso de sequestro registrado em 2011, na cidade de Maputo, Moçambique já contabilizou 185 raptos. As autoridades prenderam 300 pessoas suspeitas de envolvimento nesses crimes.
Costa Moura enfatizou que o combate a esses crimes é crucial para o futuro económico do país. “Moçambique deve tomar uma posição firme contra esses raptos se realmente deseja se tornar um polo de atracção de investimentos e apoio empresarial. O problema precisa ser resolvido ou, no mínimo, reduzido significativamente”, concluiu.