O Fundo Monetário Internacional (FMI) prevê que a dívida pública de Moçambique atinja 97,5% do Produto Interno Bruto (PIB) este ano, e recomenda medidas para fortalecer a política fiscal do país. Segundo Bo Li, director-executivo adjunto do FMI, é essencial reforçar a administração de receitas, a gestão das finanças públicas, da dívida e das empresas públicas.
O FMI projecta um crescimento económico de 4,3% para Moçambique em 2024, comparado aos 5,4% de 2023. A inflação deverá cair para 3,6%, abaixo dos 4,3% do ano passado e dos 10,9% de 2022. Li destaca que uma política monetária restritiva ajudou a controlar a inflação e a reconstruir as reservas cambiais. Ele sugere uma flexibilização gradual da política monetária, dadas as fracas perspectivas de crescimento não mineiro e as expectativas de inflação bem ancoradas.
Bo Li também ressaltou a importância de uma combinação equilibrada de políticas fiscais e monetárias para manter a estabilidade macroeconómica. Ele enfatizou a necessidade de aprofundar os mercados interbancário, monetário e cambial, além de permitir maior flexibilidade cambial para resistir a choques externos.
O FMI reconhece a necessidade de avanços no combate ao branqueamento de capitais e ao financiamento do terrorismo em Moçambique. Recentemente, houve progressos na agenda estrutural fiscal e de governança, incluindo a exigência de informações sobre beneficiários efectivos de empresas e a publicação de indicadores de risco financeiro das empresas públicas.
Nesta segunda-feira, 8 de Julho, o FMI anunciou um desembolso imediato de 60 milhões de dólares para Moçambique, como parte do programa de assistência ao país. Este financiamento faz parte do acordo de Facilidade de Crédito Alargado (ECF) de três anos, aprovado em maio de 2022, que visa apoiar a recuperação económica de Moçambique, reduzir a dívida pública e promover um crescimento inclusivo.