No primeiro dia da nova Liga dos Campeões, vale a pena destacar que a distribuição das receitas pelos clubes sofreu alterações significativas. Tal como recorda o site A Bola, além do aumento do montante total destinado aos clubes, a forma como este dinheiro é distribuído também mudou substancialmente. Até à época passada, estavam previstos 2 mil milhões de euros para os 32 clubes que competiam a partir da fase de grupos. Agora, com a inclusão de mais equipas, este valor sobe para 2,437 mil milhões, a dividir por 36 equipas.
Os prémios de participação aumentam de 500,5 milhões para 670 milhões de euros, assim como os prémios por resultados, que sobem de 600,6 milhões para 914 milhões. Contudo, o prémio por coeficiente e o market pool (relativo aos direitos de televisão) desaparecem, sendo ambos agregados num novo pilar denominado “valor”, que corresponde a 35% do total. Anteriormente, os dois factores extintos representavam 45% das receitas.
O prémio de participação por clube também aumenta, passando de 15,64 milhões para 18,62 milhões de euros, valor que o Sporting e o Benfica irão receber de imediato ao participar na fase de grupos. Na época passada, os clubes portugueses já conheciam o montante que iriam receber através do prémio por coeficiente. O FC Porto, por exemplo, sabia que encaixaria 26,151 milhões de euros, enquanto o Benfica e o SC Braga teriam direito a 23,877 milhões e 12,507 milhões, respectivamente, com base no seu ranking a dez anos entre os clubes da fase de grupos.
Embora o coeficiente a dez anos ainda seja considerado para a distribuição de verbas, a UEFA alterou a forma como este impacto é sentido, colocando-o agora no pilar valor, que distribui receitas provenientes dos direitos de televisão negociados fora da Europa. Contudo, a UEFA ainda não anunciou o montante angariado com essas vendas, o que impede o cálculo exacto dos valores que Benfica e Sporting poderão receber. A título de exemplo, a UEFA sugeriu que 25% do pilar valor poderia ser destinado aos direitos de TV fora da Europa, o que permitiria ao Benfica encaixar cerca de 8 milhões de euros e ao Sporting 6,720 milhões.
Além disso, a classificação final na nova fase de liga também traz novos incentivos financeiros. O 36.º classificado receberá 275 mil euros, enquanto o 1.º lugar terá direito a 9,9 milhões de euros adicionais. Há ainda bónus de 2 milhões para quem terminar entre o 1.º e o 8.º lugar, e 1 milhão para quem ficar entre o 9.º e o 16.º.
Apesar de os prémios por vitória e empate terem diminuído (de 2,8 para 2,1 milhões de euros por vitória e de 930 para 700 mil euros por empate), há agora mais dois jogos na fase de grupos, o que pode compensar a diminuição do valor por cada resultado positivo.
Os clubes portugueses, apesar de enfrentarem algumas incertezas, beneficiam de um aumento global das receitas, especialmente no que diz respeito ao novo pilar valor, que promete trazer mais retornos do que o antigo market pool.
