A eleição para secretária provincial da Organização da Mulher Moçambicana (OMM) em Inhambane, que decorre esta quinta-feira, 13 de Março, está envolta em polémica, com denúncias de irregularidades e supostas manobras fraudulentas. Membros da Frelimo naquela província acusam a actual primeira secretária provincial, Adélia Macucule, de conduzir um processo eleitoral marcado por exclusões indevidas e falta de transparência.
Segundo a denúncia, três candidatas submeteram os seus processos para concorrer ao cargo, nomeadamente Flora Augusto, Luísa Handela e Benedita Francisco. No entanto, o Conselho de Jurisdição da OMM reprovou as candidaturas de Luísa Handela e Benedita Francisco por alegadamente não preencherem os requisitos necessários, aprovando a de Flora Augusto, que preenchia todas as condições exigidas.
Indiferente à decisão do Conselho de Jurisdição, a primeira secretária provincial, Adélia Macucule, é acusada de ter enviado à sede da OMM em Maputo apenas os processos das candidatas reprovadas, excluindo inexplicavelmente o processo de Flora Augusto, o que ditou o seu afastamento do escrutínio.
Os denunciantes explicam que, nas vésperas da eleição, a candidata excluída terá sido informada, no gabinete da secretária provincial, que o seu processo não voltou de Maputo por razões desconhecidas, pelo que a eleição teria de avançar sem ela. Inconformada, relatam as fontes, Flora Augusto terá contactado a secretária-geral desta organização social do partido Frelimo, Mariazinha Niquice, que negou que a sede da organização tenha recebido qualquer documentação relativa à sua candidatura.
Consta ainda que, no início das actividades de hoje, a candidata solicitou a nota de envio que comprova o encaminhamento do seu processo, mas o documento não foi apresentado, reforçando as suspeitas de exclusão deliberada.
A situação levou a presidente do Conselho de Jurisdição da OMM a renunciar ao cargo, em sinal de protesto contra as irregularidades no processo eleitoral. A eleição, que está a decorrer sob a supervisão de Adélia Macucule, conta apenas com as candidaturas de Luísa Handela e Benedita Francisco, ambas inicialmente reprovadas pelo Conselho de Jurisdição.
Supostamente, e ainda segundo os denunciantes, há indicações para que seja eleita a candidata Benedita Francisco.