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Manhiça: Caso de rapto mancha candidatura de Sebastião Massango

Sebastião Massango é um dos aspirantes à cabeça-de-lista do partido Frelimo no Município da Manhiça, mas a sua pretensão está ameaçada por conta de um caso de rapto ocorrido em Junho último, envolvendo um filho seu, por sinal guarda estagiário da Polícia da República de Moçambique (PRM) afecto no Comando Distrital da Manhiça.

O filho de  Massango é indiciado de raptar um menor de seis anos de idade, tendo de seguida abandonado o mesmo no Infulene A, no Município da Matola. De acordo com um ofício enviado pelo Comando Distrital da Manhiça ao Comando Provincial, o indiciado, que teria usado viatura do pai para praticar o crime, colocou-se em fuga quando se apercebeu da presença policial próximo à sua residência. Ainda assim, foi aberto o processo nº 171/10-3/23, que está em fase de instrução.

Este episódio manchou a candidatura de Massango, que actualmente exerce o cargo de chefe do Posto Administrativo de Ressano Garcia, no distrito de Moamba. A Prova disso são as cartas redigidas por membros do partido Frelimo contestando a sua candidatura. Nas cartas em alusão, que são dirigidas à Comissão Política, ao secretário-geral da Associação dos Combatentes da Luta de Libertação Nacional (ACLLIN) e ao chefe da Brigada Central da Frelimo na província de Maputo, os contestatários defendem que Massango “não deve merecer a confiança do glorioso partido Frelimo”.

“O que é que as populações irão pensar se o pai do raptor aparecer como candidato a presidente do município na lista do glorioso partido Frelimo?”, indagam os autores de uma das cartas.

Sobre esta matéria, Dossiers & Factos tentou várias vezes contactar Sebastião Massango, que não atendeu às chamadas. Já na noite de quarta-feira (12 de Julho), abordara o comandante distrital da PRM na Manhiça, que remeteu-nos para o Comando Provincial. Por sua vez, o porta-voz do Comando Provincial, Juarce Martins, prometeu dar detalhes à posteriori, o que, até à publicação deste artigo, não aconteceu.

 

Responsabilizado pelos tumultos em Ressano Garcia

Sebastião Masssango é acusado pelos seus próprios camaradas de ser o responsável pelos tumultos registados na última semana na zona fronteiriça de Ressano Garcia, alegadamente por ser “incompetente, andar ausente e não resolver as preocupações das populações”, que se revoltaram contra a inacção das autoridades perante o recrudescimento da criminalidade na região.

“Se o chefe do Posto fizesse o seu trabalho muito bem, tivesse colaboração com as populações  e com o partido, teria sido o primeiro a ir informar a sua superior, administradora distrital da Moamba, e este, por sua vez, teria informado sua excelência governador da província, o qual alertava o comandante provincial da Polícia sobre a má conduta do chefe das operações do Posto Policial da localidade de Ressano Garcia, e as medidas preventivas teriam sido tomadas antes de as populações fazerem o levantamento popular  e tumultos”, apontam.

Os contestatários condenam igualmente Massango, que no dia dos tumultos paticipava da marcha de saudação a Filipe Nyusi na Matola, por não ter regressado em tempo útil ao seu local de trabalho, “mesmo com várias chamadas telefónicas do secretário do partido na Localidade e no Posto Administrativo”.

De acordo com uma das cartas interceptadas por Dossiers & Factos, o candidato acabaria por regressar apenas na segunda-feira, 10 de Julho, tendo procurado o primeiro-secretário do partido no Posto Administrativo para informar que “a partir da quarta-feira (12 de Julho), até quatro dias, se iria ausentar para o distrito da Manhiça, a fim de preparar a sua campanha eleitoral”.

As eleições internas na Frelimo, que vão determinar os cabeças de lista para as autárquicas de Outubro deste ano, decorrem no sábado, 15 de Julho.

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