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Manica vai exportar 120 mil Toneladas de líchia, macadâmia e abacate

A província de Manica, na zona centro de Moçambique, está numa fase adiantada de preparação para a exportação, na presente safra agrícola, de mais de 120 mil toneladas de líchia, macadâmia e abacate, o que vai traduzir-se na entrada de mais divisas.

Texto: António Cumbane, em Chimoio

A directora provincial da Indústria e Comércio de Manica, Maria de Assunção Rogério Fernandes, disse, em entrevista exclusiva ao Dossier Económico, que a província está, neste momento, no processo de lançamento da campanha interna de comercialização da líchia.

“Como sabes, o evento tem tido lugar em Novembro de cada ano num dos distritos de referência na produção desta fruta. Na totalidade, serão exportadas para a África do Sul, China, Países Baixos, Vietname, França, Alemanha e Austrália 120.356 toneladas de líchia, 631,32 de abacate e 190,11 de macadâmia, tudo na perspectiva de encaixe de divisas”, salientou.

Os distritos de Sussundenga, Báruè, Macate, Gôndola, Mossurize e Chimoio são potenciais na produção, sendo que Mossurize se destaca no fornecimento ao mercado local.

“Haverá uma grande contribuição para o fortalecimento da economia através da entrada de divisas para os cofres do Estado, bem como fortalecimento do mercado através do aumento da produção e da produtividade. Nas comunidades, vai melhorar as condições socioeconómicas, pois contribui para a criação de postos de trabalho, surgimento de infra-estruturas sociais e aumento de rendimentos para as famílias”, disse.

Refira-se que, recentemente, o presidente do Conselho Empresarial Provincial (CEP) de Manica, Alcides Cintura, afirmou que o sector privado, em conjunto com o governo, estava a correr em busca de investimento directo estrangeiro para fazer face à escassez de divisas, que está a trazer problemas sérios à economia e a minar o ambiente de negócios.

Ele já estava na cidade de Maputo a manter contactos com as embaixadas, principais plataformas de diálogo estrangeiro, onde a principal tarefa é vender as potencialidades da província, com vista a atrair mais investimentos.

“A estratégia foi falar do ambiente de negócios na província de Manica, das oportunidades existentes em diversas áreas e explicar as potencialidades existentes, com base nisso atrair e promover o investimento directo estrangeiro para gerar emprego, pagamento de impostos, exportação, atracção de divisas e busca de conhecimento externo/troca de experiência”, explicou.

Cintura, que falava, disse, na altura, que o desaceleramento do investimento directo estrangeiro e a insuficiência de divisas no sistema financeiro para fazer face aos compromissos com fornecedores estrangeiros está a trazer prejuízos económicos acentuados, sobretudo ao sector privado.

“Temos que ir em frente e trabalharmos unidos para ultrapassarmos este problema que até coloca em risco o emprego de muitos moçambicanos. Aqui, a estratégia é continuar a mobilizar mais investimentos nos países que estão a liderar o financiamento ao país; falo dos Emirados Árabes, China, Maurícia e África do Sul.”

No seu périplo, o presidente do CEP em Manica manteve encontros com os embaixadores da Alemanha, Brasil, Portugal, Itália e a Delegação da União Europeia.

“Como Sector Privado, é do nosso interesse reverter o actual cenário. Manica recomenda a massiva divulgação das possibilidades e vantagens de se investir cá. É preciso facilitar a nossa exportação para a entrada de divisas”, aconselhou Cintura.

Acreditou que estas e outras medidas vão alavancar não só a província, mas o país de uma forma geral. “Também devemos massificar a produção e exportação, tal como sucede com a macadâmia, líchia e abacate, que são bandeiras na nossa província”.

Sublinhou que o sector privado, em Manica, não quer ficar de fora na corrida pela busca de investimento directo estrangeiro, para, em médio prazo, libertar o sistema financeiro, numa altura em que falta dólar no banco, mas há muito com os cambistas da praça, sobretudo na cidade de Chimoio, sob o olhar impávido de quem de direito.

 

Texto extraído na edição 129 do Jornal Dossier económico

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