– “Não queremos perder nossa posição no cenário económico nacional” – Júlio Parruque
“Queremos que os empresários não tenham desculpas para produzir bens aqui na na cidade da Matola, para criar mais empregos e pagar suas empresas. A Matola é um mercado muito grande”. Esta foi uma das principais mensagens transmitidas pelo presidente do Conselho Municipal da Matola, Júlio Parruque, durante o primeiro diálogo entre a edilidade e o sector privado, que teve lugar quarta-feira, 03 de Julho. Na mesma ocasião, os empresários apresentaram as principais barreiras que a classe enfrenta, apelando a busca de soluções.
Texto: Milton Zunguze
Com o intuito de debater desafios e oportunidades e consolidar o status de maior parque industrial do País, o Conselho Municipal da Cidade da Matola realizou, nesta quarta-feira, 3 de Julho, o primeiro diálogo anual com os empresários locais. Anfitrião do evento, o edil da Matola, Júlio Parruque, começou por reconhecer o potencial desta autarquia, enfatizando a necessidade de uma gestão visionária e estratégica que sustente e amplie as oportunidades.
“A Matola está pronta para se afirmar como líder no desenvolvimento industrial do País, mas isso só será alcançado através da cooperação, do diálogo e do compromisso de todos os sectores da sociedade”, afirmou o governante.
Parruque destacou a importância da inclusão do sector empresarial para diversificar a economia, desenvolver infra- -estruturas e capacitar o capital humano. Ele mencionou ainda a necessidade de fomentar parcerias estratégicas, criar um ambiente regulatório favorável, promover a sustentabilidade e responsabilidade social, e incentivar a inovação e tecnologia.
Ao finalizar o seu discurso, Júlio Parruque anunciou a criação de uma matriz de compromisso para manter a interacção com a classe empresarial. “Vamos definir o que o município deve fazer, quando e o que os empresários devem fazer, quando e como”, concluiu.
Necessidade de um Parque Industrial
Presentes em massa, os empresários que actuam nesta parcela do País não perderam a oportunidade de expor os problemas que os afligem, desde corrupção por parte de alguns técnicos da edilidade, inse gurança, falta de espaço para a construção de empreendimentos, à má actuação dos policiais municipais nos mercados.
O empresário moçambicano Junaide Lalgy destacou a falta de espaço para novos empreendimentos como um dos principais obstáculos enfrentados pela classe empresarial. Ele sugeriu a criação de um parque industrial e mencionou a insegurança como um grande problema que afecta a economia da Matola e do País em geral.
“As dificuldades para encontrar espaço e a insegurança são desafios significativos que desmotivam os investimentos”, disse Lalgy.
Um empresário do sector de transporte destacou a necessidade de vias alternativas na Matola, especialmente durante a época chuvosa, quando muitas vias se tornam intransitáveis. Ele também criticou as altas taxas de circulação cobradas na zona metropolitana. “As taxas de circulação são exorbitantes e dificultam o crescimento do sector de transporte. Precisamos de vias industriais isentas de taxas”, afirmou.
Burocracia e gabinete para empresários
A burocracia foi igualmente apontada como um factor que impede a prosperidade empresarial na Matola. “Existem processos no município que estão parados há cerca de 10 anos. Sugerimos a criação de um conselho consultivo para resolver esse problema”, afirmou um empresário.
.Mas os problemas não se ficam por aí. Um representante da Federação dos Fornecedores de água na Matola caracterizou o sector como “muito doente” e necessitando de intervenção urgente. “Somos cobra dos duas vezes as mesmas taxas, tanto pela EMAS (Empresa Municipal de Água e Saneamento) quanto pelo município”, explicou.
O empresário Danilo Nhantumbo sugeriu o investimento em turismo fluvial, destacando a necessidade de segurança e clareza nas leis. “Temos um rio que queremos explorar, mas as leis não estão claras”, disse Nhantumbo.
FACIM a caminho
Por sua vez, o director da Feira Internacional de Maputo (FACIM), Octávio Chilengue, garantiu a realização da 59ª edição deste tradicional evento de 26 de Agosto a 1 de Setembro, no recinto da FACIM, em Ricatla, distrito de Marracuene.
O responsável adiantou que o evento terá como tema “A industrialização, inovação e diversificação da economia nacional” e contará com a participação de 2.300 expositores nacionais, 750 internacionais e representantes de 26 países.