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NA MATOLA-RIO: Moradores de Djonasse erguem ponte e colocam fim a anos de martírio

As populações dos bairros de Djonasse e Chinonanquila estão em festa, depois da conclusão da construção de uma ponte avaliada em pouco mais de um milhão e meio de meticais naquela região do Município da Matola-Rio, distrito de Boane. Erguida com fundos próprios e o apoio de alguns parceiros, a infraestrutura, que permite a travessia de viaturas e peões, visa minimizar os danos causados pelas águas das chuvas. Após um ano de obras, os residentes comemoram a conclusão do projecto, que promete trazer alívio às comunidades historicamente afectadas pelas inundações. Com a época chuvosa a chegar ao fim, os moradores podem finalmente descansar, sabendo que as correntes de água que, por anos, trouxeram-lhes dores de cabeça, não serão mais um problema.

Texto: Hélio de Carlos

Há pouco mais de um ano, os residentes dos bairros de Djonasse e Chinonanquila, no Município de Matola-Rio, uniram-se para construir uma ponte que aliviasse os constrangimentos causados pelas águas das chuvas. A iniciativa surgiu como resposta ao sofrimento dos moradores, que, em tempos chuvosos, viam sua locomoção seriamente limitada. Durante a época chuvosa de 2023-2024, as principais vias de acesso aos bairros ficaram intransitáveis durante semanas, com as correntes de água a cortarem o acesso e a deixarem rastos de destruição por onde passavam.  Este fenómeno afectou directamente o custo de vida dos residentes, que se viram distantes de tudo e de todos. O comércio local deixou de ser viável, já que os comerciantes não tinham vias de escape para desempenhar as suas actividades. Os produtos passaram a ser comercializados a preços exorbitantes, e muitos pais de família não conseguiram sair de suas residências para os locais de trabalho. O acesso a serviços básicos tornou-se ainda mais difícil, agravando a situação já precária da comunidade.  União da comunidade dá vida ao projecto  A ideia da ponte surgiu de um grupo de moradores que, após sofrer os impactos das chuvas intensas, resolveu lançar uma campanha de angariação de fundos. De forma minuciosa, as obras foram ganhando forma física, num esforço colectivo para resolver um problema que afligia a todos. “Como dizem, há males que vêm para o bem. Vivíamos aqui há anos, mas boa parte de nós não se conhecia e muito menos havia convivência. A construção desta ponte fez com que o bairro se tornasse mais unido e, chuvosa de 2023-2024, as principais vias de acesso aos bairros ficaram intransitáveis durante semanas, com as correntes de água a cortarem o acesso e a deixarem rastos de destruição por onde passavam.

Este fenómeno afectou directamente o custo de vida dos residentes, que se viram distantes de tudo e de todos. O comércio local deixou de ser viável, já que os comerciantes não tinham vias de escape para desempenhar as suas actividades. Os produtos passaram a ser comercializados a preços exorbitantes, e muitos pais de família não conseguiram sair de suas residências para os locais de trabalho. O acesso a serviços básicos tornou-se ainda mais difícil, agravando a situação já precária da comunidade.

União da comunidade dá vida ao projecto 

A ideia da ponte surgiu de um grupo de moradores que, após sofrer os impactos das chuvas intensas, resolveu lançar uma campanha de angariação de fundos. De forma minuciosa, as obras foram ganhando forma física, num esforço colectivo para resolver um problema que afligia a todos. “Como dizem, há males que vêm para o bem. Vivíamos aqui há anos, mas boa parte de nós não se conhecia e muito menos havia convivência. A construção desta ponte fez com que o bairro se tornasse mais unido e, com o tempo, mais organizado como comunidade. Pudemos intervir em muitas coisas”, explicou um dos moradores.

A ponte não representa apenas uma infra-estrutura que beneficia a travessia de pessoas e viaturas. Para os moradores, ela simboliza a grandeza e a união que a vizinhança foi construindo ao longo do tempo. “Este projecto ainda não está totalmente concluído, mas já avançámos 90%. Esperamos avançar mais e intervir em várias actividades que melhorem a vida da nossa comunidade. Não pretendemos esperar por apoios externos. O lema agora é tomar a iniciativa. Sabemos que, com o tempo, teremos apoios, como foi com a construção desta ponte. Estamos de parabéns”, afirmou outro residente.

O processo de construção da ponte foi demorado, mas, aos olhos dos beneficiários, valeu a pena. “Não foi fácil. Criámos um grupo no WhatsApp para facilitar a comunicação entre os residentes, já que muitos estavam dispersos. Mas havia uma necessidade urgente de avançar com o projecto. Por vezes, a obra ficava parada por falta de fundos, mas nunca desistimos. Sabíamos o que queríamos e não pretendíamos passar pelo sofrimento de outros tempos chuvosos”, contou um dos moradores que liderou o processo.

A obra contou com o apoio de alguns parceiros, que contribuíram com materiais de construção, como ferro, cimento e tubos para drenagem de água. Entre os parceiros estão o Município de Matola-Rio, o Externato Ideias Válidas (uma instituição de ensino local), a transportadora Jhon & Filhos e a empresa Girija Agro Comercial.

Início de uma nova era

Nas últimas cheias, muitos residentes tiveram de estacionar as suas viaturas em locais seguros, como parques ou bombas de combustível, e entrar a pé nos seus bairros. Algumas crianças viram na situação uma oportunidade de negócio, usando equipamentos improvisados como barcos para fazer a travessia de pessoas e bens, cobrando 10 meticais por serviço.

Por estas e outras razões, para os moradores, a conclusão da ponte é uma vitória colectiva. “Este grupo mostrou ser único. Hoje, temos esta boa nova – a entrega da ponte, por nós e para nós, demonstra o nosso desempenho. É incrível. O projecto, que começou a 1 de Maio de 2024, está concluído um ano depois. Graças ao esforço de todos, hoje brindamos à ponte”, comemorou um residente.

Apesar da conquista, os moradores reconhecem que ainda há muito a ser feito. “Precisamos de mais iniciativas como esta. Quando há chuvas, as nossas vidas param por completo. Esta ponte é um começo, mas precisamos de mais infra-estruturas para garantir o acesso a serviços básicos, como escolas, hospitais e transporte”, afirmou um dos residentes.

A ponte, embora precária, é um símbolo de esperança e resiliência para a comunidade de Djonasse e Chinonanquila. Num futuro próximo, os moradores esperam que mais olhos se voltem para as suas necessidades, garantindo que o sofrimento causado pelas chuvas seja coisa do passado.

Época chuvosa 2023-2024 foi o despertador

As chuvas intensas da época chuvosa 2023- 2024 serviram como um alerta para os moradores desta região. Por isso mesmo, para além da construção da ponte, os residentes têm investido em melhorias nas vias de acesso, colocando entulhos em locais críticos ao longo das principais estradas. “Ainda há muito a fazer, e precisamos de apoios para resolver estas questões das estradas nos nossos bairros. Mas já estamos felizes com o que temos vindo a fazer colectivamente e até individualmente. O sofrimento que tínhamos, por exemplo, há dois anos, não é o mesmo. Só precisamos continuar a trabalhar e, quem sabe, num futuro próximo, o olhar de alguns parceiros estará virado para nós”, afirmou um dos moradores. 

Existem duas vias principais que dão acesso à zona em questão, mas, em tempos chuvosos, ficam cortadas pelas correntes de água, situação que pode durar entre duas a três semanas. Por força maior, as pessoas vêem-se obrigadas a deixar as suas viaturas em casa e a deslocarem-se a pé para os locais de trabalho ou outros destinos.

Texto: Hélio de Carlos

Há pouco mais de um ano, os residentes dos bairros de Djonasse e Chinonanquila, no Município de Matola-Rio, uniram-se para construir uma ponte que aliviasse os constrangimentos causados pelas águas das chuvas. A iniciativa surgiu como resposta ao sofrimento dos moradores, que, em tempos chuvosos, viam sua locomoção seriamente limitada. Durante a época chuvosa de 2023-2024, as principais vias de acesso aos bairros ficaram intransitáveis durante semanas, com as correntes de água a cortarem o acesso e a deixarem rastos de destruição por onde passavam.  Este fenómeno afectou directamente o custo de vida dos residentes, que se viram distantes de tudo e de todos. O comércio local deixou de ser viável, já que os comerciantes não tinham vias de escape para desempenhar as suas actividades. Os produtos passaram a ser comercializados a preços exorbitantes, e muitos pais de família não conseguiram sair de suas residências para os locais de trabalho. O acesso a serviços básicos tornou-se ainda mais difícil, agravando a situação já precária da comunidade.  União da comunidade dá vida ao projecto  A ideia da ponte surgiu de um grupo de moradores que, após sofrer os impactos das chuvas intensas, resolveu lançar uma campanha de angariação de fundos. De forma minuciosa, as obras foram ganhando forma física, num esforço colectivo para resolver um problema que afligia a todos. “Como dizem, há males que vêm para o bem. Vivíamos aqui há anos, mas boa parte de nós não se conhecia e muito menos havia convivência. A construção desta ponte fez com que o bairro se tornasse mais unido e, chuvosa de 2023-2024, as principais vias de acesso aos bairros ficaram intransitáveis durante semanas, com as correntes de água a cortarem o acesso e a deixarem rastos de destruição por onde passavam.

Este fenómeno afectou directamente o custo de vida dos residentes, que se viram distantes de tudo e de todos. O comércio local deixou de ser viável, já que os comerciantes não tinham vias de escape para desempenhar as suas actividades. Os produtos passaram a ser comercializados a preços exorbitantes, e muitos pais de família não conseguiram sair de suas residências para os locais de trabalho. O acesso a serviços básicos tornou-se ainda mais difícil, agravando a situação já precária da comunidade.

União da comunidade dá vida ao projecto 

A ideia da ponte surgiu de um grupo de moradores que, após sofrer os impactos das chuvas intensas, resolveu lançar uma campanha de angariação de fundos. De forma minuciosa, as obras foram ganhando forma física, num esforço colectivo para resolver um problema que afligia a todos. “Como dizem, há males que vêm para o bem. Vivíamos aqui há anos, mas boa parte de nós não se conhecia e muito menos havia convivência. A construção desta ponte fez com que o bairro se tornasse mais unido e, com o tempo, mais organizado como comunidade. Pudemos intervir em muitas coisas”, explicou um dos moradores.

A ponte não representa apenas uma infra-estrutura que beneficia a travessia de pessoas e viaturas. Para os moradores, ela simboliza a grandeza e a união que a vizinhança foi construindo ao longo do tempo. “Este projecto ainda não está totalmente concluído, mas já avançámos 90%. Esperamos avançar mais e intervir em várias actividades que melhorem a vida da nossa comunidade. Não pretendemos esperar por apoios externos. O lema agora é tomar a iniciativa. Sabemos que, com o tempo, teremos apoios, como foi com a construção desta ponte. Estamos de parabéns”, afirmou outro residente.

O processo de construção da ponte foi demorado, mas, aos olhos dos beneficiários, valeu a pena. “Não foi fácil. Criámos um grupo no WhatsApp para facilitar a comunicação entre os residentes, já que muitos estavam dispersos. Mas havia uma necessidade urgente de avançar com o projecto. Por vezes, a obra ficava parada por falta de fundos, mas nunca desistimos. Sabíamos o que queríamos e não pretendíamos passar pelo sofrimento de outros tempos chuvosos”, contou um dos moradores que liderou o processo.

A obra contou com o apoio de alguns parceiros, que contribuíram com materiais de construção, como ferro, cimento e tubos para drenagem de água. Entre os parceiros estão o Município de Matola-Rio, o Externato Ideias Válidas (uma instituição de ensino local), a transportadora Jhon & Filhos e a empresa Girija Agro Comercial.

Início de uma nova era

Nas últimas cheias, muitos residentes tiveram de estacionar as suas viaturas em locais seguros, como parques ou bombas de combustível, e entrar a pé nos seus bairros. Algumas crianças viram na situação uma oportunidade de negócio, usando equipamentos improvisados como barcos para fazer a travessia de pessoas e bens, cobrando 10 meticais por serviço.

Por estas e outras razões, para os moradores, a conclusão da ponte é uma vitória colectiva. “Este grupo mostrou ser único. Hoje, temos esta boa nova – a entrega da ponte, por nós e para nós, demonstra o nosso desempenho. É incrível. O projecto, que começou a 1 de Maio de 2024, está concluído um ano depois. Graças ao esforço de todos, hoje brindamos à ponte”, comemorou um residente.

Apesar da conquista, os moradores reconhecem que ainda há muito a ser feito. “Precisamos de mais iniciativas como esta. Quando há chuvas, as nossas vidas param por completo. Esta ponte é um começo, mas precisamos de mais infra-estruturas para garantir o acesso a serviços básicos, como escolas, hospitais e transporte”, afirmou um dos residentes.

A ponte, embora precária, é um símbolo de esperança e resiliência para a comunidade de Djonasse e Chinonanquila. Num futuro próximo, os moradores esperam que mais olhos se voltem para as suas necessidades, garantindo que o sofrimento causado pelas chuvas seja coisa do passado.

Época chuvosa 2023-2024 foi o despertador

As chuvas intensas da época chuvosa 2023- 2024 serviram como um alerta para os moradores desta região. Por isso mesmo, para além da construção da ponte, os residentes têm investido em melhorias nas vias de acesso, colocando entulhos em locais críticos ao longo das principais estradas. “Ainda há muito a fazer, e precisamos de apoios para resolver estas questões das estradas nos nossos bairros. Mas já estamos felizes com o que temos vindo a fazer colectivamente e até individualmente. O sofrimento que tínhamos, por exemplo, há dois anos, não é o mesmo. Só precisamos continuar a trabalhar e, quem sabe, num futuro próximo, o olhar de alguns parceiros estará virado para nós”, afirmou um dos moradores. 

Existem duas vias principais que dão acesso à zona em questão, mas, em tempos chuvosos, ficam cortadas pelas correntes de água, situação que pode durar entre duas a três semanas. Por força maior, as pessoas vêem-se obrigadas a deixar as suas viaturas em casa e a deslocarem-se a pé para os locais de trabalho ou outros destinos.

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