Numa altura em que as autoridades policiais na província de Inhambane se desdobram para combater a criminalidade, ainda há indivíduos que ignoram a lei e, com recurso a instrumentos contundentes, vandalizam os equipamentos da empresa Electricidade de Moçambique (EDM). Eles furtam cabos eléctricos, contadores e outros equipamentos, deixando milhares de famílias às escuras. Segundo a EDM, a acção dos criminosos causou danos à empresa no valor de 4 milhões de meticais, sendo que os distritos onde estes casos se registam com maior frequência são Homoine, Morrumbene e Massinga.
Texto: Anastácio Chirrute, em Inhambane
A informação foi tornada pública pelo representante da empresa na província de Inhambane, Fenias Ndimande. Em entrevista a jornalistas, ele descreveu a situação como bastante preocupante. Segundo ele, a acção dos criminosos, além de prejudicar milhares de consumidores, coloca em causa a situação económica da empresa. “A vandalização das infra-estruturas da EDM não só provoca impacto negativo do lado financeiro da empresa, mas também social, pois várias famílias ficam às escuras devido à acção negativa dos malfeitores.”
A acção dos criminosos poderá comprometer a estratégia nacional de energia lançada pelo Presidente da Repú blica em 2018, denominada “Energia para Todos até 2030”. Do levantamento feito sobre os danos causados, Ndimande disse serem necessários cerca de 4 milhões de meticais para fazer a reposição dos equipamentos roubados. Este valor é considerado muito alto e serviria para canalizar a energia para mais famílias que ainda dormem às escuras, alegadamente porque ainda não foram abrangidas pelo programa “Energia para Todos”.
“A EDM está consciente de que, até 2030, quer alcançar os objectivos de levar a energia até às zonas onde ainda não há, mas, como consequência de actos de vandalismo, nós temos que desviar o investimento para fazer a reposição da infra-estrutura vandalizada.”
Com vista a combater estes casos, a fonte pede a colaboração de toda a população, sobretudo na denúncia dos criminosos. Só assim será possível levar a energia para os locais que ainda não têm acesso, sublinhou.
“Queremos que as vandalizações parem porque estão a prejudicar o plano de acesso à electricidade. Apelamos a todos para que sejam mais vigilantes, como forma de garantir que consigamos levar a energia até outros pontos onde, neste momento, não há acesso.”
Massinga, Homoine e Morrumbene são os distritos onde estes casos aconteceram com mais frequência. Cerca de 15 PTs foram vandalizados pelos malfeitores, e boa parte do material roubado tem como destino o mercado negro.
Texto extraído na edição 122 do Jornal Dossier económico