O Papa Francisco disse numa entrevista publicada esta segunda-feira, 29 de Janeiro, que o caso da Igreja em África era “especial” no que diz respeito às bênçãos extra-litúrgicas propostas para casais do mesmo sexo. Ao jornal italiano La Stampa, Francisco lembrou que “a homossexualidade era algo “feio” do ponto de vista cultural” para os africanos.
A Declaração Fiducia supplicans, publicada em 18 de Dezembro, abre a possibilidade de abençoar casais cuja situação seja considerada “irregular” na Igreja Católica. Isso inclui casais não casados, casais divorciados e recasados e casais do mesmo sexo, relata.
“O Evangelho é santificar a todos. Somos todos pecadores, por que deveríamos fazer uma lista dos pecadores que podem entrar na Igreja e uma lista dos pecadores que não podem estar na Igreja?”, perguntou.
Reforçou o facto de que defende a bênção ao povo, não a sua união. Sobre as críticas ao documento, o Papa observou que “aqueles que protestam veementemente pertencem a pequenos grupos ideológicos”.
Com a aprovação do Papa, o presidente dos bispos africanos disse no dia 11 de Janeiro que as bênçãos para casais do mesmo sexo não seriam realizadas no continente onde muitos países criminalizam a homossexualidade.
Os bispos do norte de África disseram que abençoarão as pessoas em situações irregulares, desde que a bênção não crie confusão para os envolvidos ou para outros.